NATO analisa terça-feira incursão de caças russos no espaço aéreo da Estónia
Reunião vai decorrer na sequência do pedido do primeiro-ministro estónio, Kristen Michal.
Os aliados da NATO discutem terça-feira a incursão, na semana passada, de caças russos no espaço aéreo da Estónia, após o pedido de consultas de Talin, que invocou o artigo 4.º da organização, confirmou esta segunda-feira um porta-voz da organização.
A reunião dos Estados membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) vai decorrer na sequência do pedido do primeiro-ministro estónio, Kristen Michal, que denunciou sexta-feira a presença de três aviões de combate russos Mig-31 no espaço aéreo da Estónia e antecipou a solicitação de consultas no seio da Aliança Atlântica.
De qualquer forma, as autoridades da Estónia valorizaram a resposta rápida dos membros da NATO, sublinhando que "se fosse realmente necessário recorrer ao uso da força, estavam preparados para isso".
Para Talin, a intrusão dos três caças representou não apenas uma violação do espaço aéreo estónio, mas também uma infração da Carta das Nações Unidas, "que proíbe a ameaça ou o uso da força", motivo pelo qual avançou diplomaticamente para forçar também uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança das Nações Unidas a fim de debater o incidente.
A Estónia denuncia um padrão recorrente de "escalada" por parte da Rússia para testar a Europa e a NATO, insistindo que, a par dos casos da Polónia ou da Roménia, "não se tratam de incidentes isolados" e que "é necessária uma resposta internacional" às manobras de Moscovo.
Do lado da União Europeia (UE), a chefe da diplomacia da Europa, Kaja Kallas, qualificou como uma "provocação extremamente perigosa" o incidente protagonizado pelos caças russos no país báltico, do qual foi primeira-ministra até julho de 2024.
"Continuaremos a apoiar os nossos Estados-membros para que reforcem as suas defesas com recursos europeus", afirmou a chefe da diplomacia europeia.
Três caças MiG-31 da Federação Russa entraram na sexta-feira no espaço aéreo da Estónia sobre o golfo da Finlândia, onde permaneceram cerca de 12 minutos, segundo alertaram as autoridades estonianas e a NATO.
A Itália, responsável no quadro da Aliança Atlântica por uma missão de policiamento aéreo no Báltico, fez descolar aviões para intercetar os caças russos, em conjunto com a Suécia e a Finlândia.
A Rússia desmentiu a violação do espaço aéreo da Estónia.
É a primeira vez, em 34 anos de adesão à ONU, que a Estónia, solicita uma reunião de emergência do Conselho de Segurança, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP). A Estónia é membro da UE e da NATO, e um firme apoiante da Ucrânia, que foi invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.
Michal anunciou ainda que o país iria pedir a ativação do Artigo 4.º do Tratado do Atlântico Norte, que prevê consultas entre aliados sempre que um dos membros se sinta ameaçado.
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