Normalidade em votação de mudança em Angola
Comissão eleitoral elogiou o comportamento ordeiro dos eleitores.
A votação de ontem para as primeiras eleições sem José Eduardo dos Santos desde a independência de Angola decorreu de forma tranquila e sem incidentes, embora a oposição ao MPLA, partido no poder há 42 anos, tenha denunciado várias manobras e irregularidades que podem influenciar os resultados.
Após o fecho das urnas, às 18 horas, o presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), André da Silva Neto, fez um primeiro balanço no qual destacou, justamente, a forma ordeira como decorreu o processo e elogiou os cidadãos por darem "um exemplo de como se devem realizar eleições democráticas". Apesar disso admitiu "pequenas falhas", nomeadamente na credenciação de delegados de alguns partidos nas mesas de voto.
O antigo primeiro-ministro são-tomense Miguel Trovoada, da equipa de observadores da CPLP, destacou também a calma do processo.
A oposição, contudo, denunciou falhas. Isaías Samakuva, candidato da UNITA à presidência, destacou "irregularidades", embora frisando que muitas foram rapidamente resolvidas. Mas Liberty Chiaca, secretário da UNITA no Huambo, denunciou uma "violação grave" da lei eleitoral, frisando que "muitos eleitores foram votar e encontraram os cadernos eleitorais assinados como se já tivessem votado".
A situação repetiu-se em assembleias de Luanda, onde houve igualmente eleitores incapazes de encontrar a assembleia onde teriam de votar.
Confirmou-se ainda a situação denunciada nos dias anteriores, com eleitores colocados a votar a milhares de km de casa. O site Maka Angola denunciou ainda que urnas de voto foram entregues, na véspera das eleições, à guarda de elementos do MPLA sem supervisão independente.
A contagem de votos deverá prolongar-se pelas próximas duas semanas, com os resultados oficiais a serem divulgados dia 6 ou 7 de setembro. Contudo, segundo Silva Neto, os resultados provisórios podem ser divulgados já hoje.
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