As eleições de hoje ditam quem sucederá a Eduardo dos Santos, presidente desde 1979.
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As eleições gerais de hoje em Angola são as primeiras em 38 anos sem José Eduardo dos Santos. Estão registados 9,3 milhões de eleitores, que poderão votar em 12 512 assembleias. A oposição, contudo, denuncia a deslocação de eleitores para áreas a muitos km da zona onde residem, alguns deles para outras províncias, numa manobra para influenciar os resultados.
O presidente cessante participou no fecho da campanha do candidato do MPLA, João Lourenço, e manifestou confiança em quem lhe sucederá no poder, o que acontece de forma direta se o seu partido for o mais votado. A regra de eleição indireta do presidente foi introduzida pela Constituição de 2010 e vigorou pela primeira vez em 2012, nas primeiras eleições gerais em mais de três décadas. A vitória do MPLA nesse escrutínio deu a Eduardo dos Santos mais cinco anos de poder, mas a eleição indireta do presidente significa que deixa o poder sem ter ido a votos uma única vez.
Como nas eleições de 2008 e 2012, a oposição e grupos cívicos denunciaram o facto de os angolanos da diáspora, nomeadamente os cerca de 22 mil que vivem em Portugal, estarem impedidos de votar. Esta violação dos direitos cívicos dos emigrantes angolanos foi repetidamente denunciada e o governo angolano prometeu rever a situação, mas sem efeitos.
‘Mudança’ foi a palavra mais repetida pelos angolanos nas ruas e nas redes sociais, e foi também a mais usada pelos seis partidos que vão a votos. Até o MPLA prometeu mudança. Mas a oposição sublinha que os métodos fraudulentos se mantêm, e denuncia a recontratação da SINFIC e da INDRA, que elaboraram os cadernos eleitorais e forneceram material informático, e que já em 2012 foram acusadas de fraude.
Uma ‘lavandaria’ portuguesa
Um artigo publicado ontem no diário norte-americano ‘The New York Times’ é arrasador para as relações entre Portugal e Angola.
O texto diz que Portugal serve para a lavagem do dinheiro de Angola e dá como exemplo os andares de luxo no complexo Estoril Sol, em Cascais.
CANDIDATOS DOS PRINCIPAIS PARTIDOS
Homem de convicções defende mudança
O ministro de Defesa João Lourenço, escolhido pelo MPLA para render Eduardo dos Santos na presidência, assume a responsabilidade de substituir o homem que liderou Angola durante 38 anos, mas assegura que se for eleito será ele a mandar. Fez da luta contra a corrupção bandeira de campanha e, apesar dos 42 anos de poder do MPLA, assegura que é o partido da mudança.
Um presidente para todos os angolanos
Isaías Samakuva é líder da UNITA desde a morte de Jonas Savimbi, em 2002, sendo reeleito em 2007 e 2011. Cabe-lhe o mérito de ter transformado a UNITA de movimento armado em partido político. Apesar disso, garante que se for eleito sublinhará a sua diferença em relação a Eduardo dos Santos abandonando o partido que lidera, de forma a ser um presidente de todos os angolanos.
O homem que quer uma "geringonça" no poder
O terceiro homem da corrida eleitoral angolana é um dissidente da UNITA. Abel Chivukuvuku foi deputado do partido de Savimbi até 2011 e no ano seguinte ajudou a fundar o CASA-CE, ao qual preside e que em 2012 elegeu oito deputados. Nestas eleições ambiciona mais e afirma que "pode ser governo ou parte do governo", numa "geringonça angolana" de apoio à UNITA ou ao MPLA.
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