Noruega segue Alemanha e suspende verbas para preservação da Amazónia em protesto contra Bolsonaro

Fundo Amazónico recebe anualmente milhões de euros de doações de vários países.

Jair Bolsonaro Foto: Getty Images
Jair Bolsonaro, Presidente do Brasil Foto: Reuters
Jair Bolsonaro, presidente do Brasil Foto: Reuters

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Dias depois de uma atitude semelhante da Alemanha, a Noruega anunciou esta quinta-feira a suspensão do financiamento de projetos de preservação da Amazónia. A informação foi confirmada pelo ministro norueguês do Clima e do Ambiente, Ola Elvesteuen.

O bloqueio de verbas da Noruega corresponde a um valor equivalente a 30,2 milhões de euros, que iriam para o Fundo Amazónico, de que o governo norueguês é há anos o maior financiador. A medida é uma retaliação à política ambiental do presidente Jair Bolsonaro, que tem permitido, e em vários casos incentivado, a invasão de novas áreas de floresta por agricultores e garimpeiros, alegando que a proteção à Natureza não pode sobrepor-se ao progresso económico do país e à produção de alimentos.

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Para o ministro norueguês, a política bolsonarista é uma grande preocupação, pois é evidente o aumento da desflorestação amazónica e a Amazónia é importante não apenas para o Brasil, mas também para o equilíbrio climático no Mundo inteiro. Elvesteuen criticou também o facto de Jair Bolsonaro ter demitido sumariamente os membros da direção do Fundo Amazónico, o que, segundo o governante da Noruega, não poderia fazer sem acordo ou consulta aos países financiadores.

O Fundo Amazónico recebe anualmente milhões de euros de doações de vários países, principalmente Noruega e Alemanha, com os quais são financiados projetos de preservação e revitalização da maior floresta do planeta. Bolsonaro e o ministro do Ambiente brasileiro, Ricardo Sales, têm criticado a ação de ONG que atuam na Amazónia e que classificam como disfarces de interesses estrangeiros na riqueza da região.

Há dias, a Alemanha, pelos mesmos motivos, já tinha bloqueado o financiamento de projetos ambientais na Amazónia no valor de 35,2 milhões de euros, embora destinados a ações fora do Fundo Amazónico. Bolsonaro, depois de ter dito que o Brasil não precisa do dinheiro de nenhum outro país para preservar a Amazónia, dirigiu-se esta semana à chanceler alemã, Angela Merkel, dizendo-lhe para utilizar o dinheiro bloqueado e reflorestar a Alemanha.

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