Novos combates na República Centro-Africana fazem 22 mortos
Casas e lojas incendiadas e milhares de deslocados.
Novos confrontos entre milícias na cidade de Zemio, no sudeste da República Centro-Africana, fizeram pelo menos 22 mortos, anunciaram este sábado as autoridades.
A zona é palco de violência há semanas, com milícias rivais a confrontarem-se e a mergulharem a cidade no caos, com casas e lojas incendiadas e milhares de deslocados.
"As organizações humanitárias enfrentam grandes dificuldades, a Cruz Vermelha e os Médicos Sem Fronteiras não conseguem percorrer as ruas para recolher os cadáveres, que servem de alimento aos porcos", disse o governador provincial, Ghislain Dieu-Béni Kolengo.
"Os habitantes fugiram da cidade. As pessoas refugiaram-se no hospital, no acampamento do ACNUR e em várias igrejas. Ontem [sexta-feira] milicianos iam atacar uma igreja, mas a MINUSCA [missão da ONU] interpuseram-se para proteger os deslocados", acrescentou o governador.
Mais de 20.000 pessoas entraram nas últimas semanas na vizinha República Democrática do Congo, fugidas à violência na República Centro-Africana, segundo o ACNUR, Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados.
A República Centro-Africana vive um processo de transição complicado desde que em 2013 os rebeldes Séléka afastaram o presidente François Bozizé, dando origem a uma vaga de violência sectária entre muçulmanos e cristãos que fez milhares de mortos.
Além de Zemio, as cidades de Bria e Bangassou (centro) também têm sido palco de violência, o que motivou este sábado uma manifestação pela paz em Bangui, capital do país.
Com cartazes apelando à "paz", "reconciliação" e "justiça", várias centenas de pessoas marcharam pelas ruas da capital até ao palácio presidencial.
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