Novos atentados em Bagdade fazem pelo menos 49 mortos

Mais de 100 pessoas ficaram feridas.

17 de maio de 2016 às 17:07
Iraque, atentados, Bagdade, mortos, distúrbios, guerras e conflitos, guerrilha, terrorismo Foto: Reuters
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Atentados fizeram esta terça-feira pelo menos 48 mortos e mais de 100 feridos em Bagdad, alvo pela segunda vez numa semana de ataques sangrentos reivindicados pelo grupo extremista Daesh.

Mais de 150 pessoas, na maioria civis, morreram desde quarta-feira passada em atentados visando locais públicos de bairros xiitas da capital iraquiana.

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Ataques como estes mostram que as autoridades não conseguiram pôr em prática medidas de segurança eficazes em Bagdad, apesar da ajuda da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, que está a treinar as forças iraquianas, no âmbito da luta contra o Daesh.

O atentado que mais mortes provocou, um atentado-suicida com viatura armadilhada, ocorreu no bairro de maioria xiita de Sadr City, no norte de Bagdad, fazendo 24 mortos, segundo fontes médicas e de responsáveis da segurança. Foi reivindicado em comunicado pelos 'jihadistas' do Daesh, que confirmaram o 'modus operandi'.

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Outro ataque foi perpetrado no bairro de Chaab, também no norte da capital, matando pelo menos 21 pessoas.

O porta-voz do Ministério do Interior, Saad Maan, indicou que uma mulher suicida cometeu este atentado.

Mas o Daesh reivindicou-o, afirmando que foi cometido por um homem, identificado como Abu Khattab al-Iraqi, que lançou granadas antes de detonar o seu colete de explosivos.

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Os atentados-suicidas levados a cabo por mulheres são raros no Iraque nos últimos anos. Num dos mais mortíferos, duas iraquianas com deficiência mental mataram, fazendo-se explodir, uma centena de pessoas num mercado de Bagdad, em 2008.

O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, ordenou a detenção de um responsável dos serviços de segurança do setor de Chaab, indicou o seu gabinete.

Um terceiro atentado perpetrado com uma viatura armadilhada fez pelo menos três mortos no distrito de Rachid, no sul da capital, de acordo com as autoridades.

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Nenhum grupo reivindicou até agora este ataque, mas o Daesh tinha já afirmado estar por detrás de uma série de atentados recentes em Bagdad e perto da capital, que fizeram mais de uma centena de mortos.

A 11 de maio, pelo menos 94 pessoas morreram em três atentados com veículos armadilhados em Bagdad, um dos quais em Sadr City, naquele que foi o dia mais sangrento na capital iraquiana este ano.

Este aumento da violência ocorre numa altura em que o grupo extremista Daesh está a perder terreno no Iraque, onde se apoderou de vastas parcelas de território em 2014.

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Desde então, as forças iraquianas, apoiadas pelos ataques aéreos da coligação internacional, recuperaram o controlo de diversas cidades, entre as quais Tikrit e Ramadi, respetivamente a norte e a oeste de Bagdad.

Mas os 'jihadistas' conservam ainda bastiões como Mossul, segunda cidade do país, e mantêm a capacidade de atacar em Bagdad ou em qualquer outro ponto do país.

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