ONU alerta para "16 zonas críticas" do mundo onde a fome se está a agravar

Afeganistão, República Democrática do Congo, Myanmar, Nigéria, Somália e Síria são considerados situações "muito preocupantes".

12 de novembro de 2025 às 14:48
Afeganistão Foto: AP
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Milhões de pessoas em todo o mundo poderão juntar-se às que já enfrentam fome ou risco dela, alertaram esta quarta-feira os dois organismos da ONU dedicados à alimentação e à agricultura, num contexto marcado pela limitação de financiamento.

Segundo um relatório conjunto da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e do Programa Alimentar Mundial (PAM), a insegurança alimentar aguda que afeta 16 zonas críticas no mundo está a agravar-se.

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"Os conflitos, os choques económicos, os fenómenos meteorológicos extremos e a insuficiência crítica de financiamento estão a agravar condições já desastrosas", referem a FAO e o PAM, ambos com sede em Roma, num comunicado conjunto.

O Haiti, Mali, Palestina, Sudão do Sul, Sudão e Iémen figuram entre os países mais afetados, "onde as populações enfrentam um risco iminente de fome catastrófica", destaca o relatório.

O Afeganistão, República Democrática do Congo, Myanmar (ex-Birmânia), Nigéria, Somália e Síria são considerados situações "muito preocupantes".

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As outras quatro zonas críticas identificadas são o Burkina Faso, Chade, Quénia, além da situação dos refugiados rohingya no Bangladesh.

"Estamos à beira de uma catástrofe alimentar totalmente evitável, que ameaça provocar fome generalizada em vários países", alertou Cindy McCain, diretora executiva do PAM, citada no comunicado, acrescentando que "não agir agora só vai agravar a instabilidade".

No relatório, sublinha-se que o financiamento da ajuda humanitária é "perigosamente insuficiente": dos 29.000 milhões de dólares (25.060 milhões de euros) necessários para apoiar as populações vulneráveis, apenas 10,5 mil milhões (9.075 milhões de euros) foram recebidos, o que coloca a ajuda alimentar aos refugiados "à beira da rutura".

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O PAM indica ter reduzido a assistência a refugiados e deslocados internos devido a cortes orçamentais e suspendeu programas de alimentação escolar em alguns países.

A FAO, por seu lado, alerta que os esforços para proteger os meios de subsistência agrícolas estão em risco e sublinha a urgência de financiamento para sementes e serviços de saúde animal.

"Prevenir a fome não é apenas um dever moral --- é um investimento inteligente para a paz e a estabilidade a longo prazo", afirmou o diretor-geral da FAO, Qu Dongyu.

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