ONU critica extrema lentidão do governo Bolsonaro nas buscas a jornalista inglês e guia desaparecidos na Amazónia
Críticas ao Brasil foram feitas durante uma conferência de Imprensa em Genebra, na Suiça, sede do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) criticou esta sexta-feira o que classificou como "ações extremamente lentas" do governo do presidente Jair Bolsonaro nas buscas ao jornalista do The Guardian Dom Philips e do guia Bruno Araújo Pereira, desaparecidos domingo numa região remota da Amazónia após ouvirem denúncias de indígenas de que as suas terras foram invadidas por grupos armados que se dedicam a atividades ilegais. As críticas ao Brasil foram feitas durante uma conferência de Imprensa em Genebra, na Suiça, sede do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
Ravina Shamdasani, porta-voz da agência da ONU, lamentou a forma lenta e pouco empenhada dos órgãos federais brasileiros, como Marinha, Exército e Polícia Federal, que dependem diretamente do presidente Jair Bolsonaro, nas buscas pelos dois desaparecidos. A porta-voz lamentou o que chamou de "pouco caso" do governo federal do Brasil em relação ao desaparecimento de um jornalista e um ativista ambiental e dos direitos humanos quando apuravam denúncias, e reforçou que a responsabilidade de encontrá-los e esclarecer tudo o que ocorreu "é, sim, do estado brasileiro".
A representante da ONU também criticou o desdém com que Jair Bolsonaro se tem referido ao assunto. Em Brasília, antes de viajar, e em Los Angeles, nos EUA, onde participa na Cimeira das Américas, Bolsonaro acusou Dom e Bruno de serem os culpados pelo que lhes aconteceu, seja o que for, pois, afirmou o governante, não tinham nada que ter ido fazer o que classificou como uma "aventura" numa região remota da Amazónia, e ainda os acusou de terem entrado sem autorização numa reserva indígena.
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