ONU pede investigação isenta ao massacre durante operação policial em favela do Rio de Janeiro
Nações Unidas preocupadas com violações graves da lei e com o uso de força excessiva em ação no Jacarezinho.
O porta-voz da ONU, Organização das Nações Unidas, para Direitos Humanos, Rubert Colville, pediu ao Ministério Público brasileiro uma investigação rigorosa sobre a operação policial de quinta-feira na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, que terminou com um agente e 24 civis mortos. Para Colville, houve uso excessivo e desnecessário de força.
“Pedimos que o promotor conduza uma investigação independente e completa do caso, de acordo com os padrões internacionais. É particularmente preocupante que a operação tenha ocorrido apesar de uma decisão do Supremo Tribunal brasileiro restringindo operações policiais em favelas durante a pandemia”, declarou o porta-voz.
Colville mostrou-se preocupado com denúncias de que agentes alteraram cenas de várias mortes, o que pode dificultar a investigação daquela que já é a ação policial mais mortífera da história do Rio de Janeiro. Maria Júlia Miranda, da Defensoria Pública do Rio, ouviu de moradores relatos sobre essas adulterações e de execuções à queima-roupa até no quarto de uma menina de oito anos, onde um suspeito se escondeu.
Esta sexta-feira, moradores do Jacarezinho ergueram um pano preto no topo da favela e marcharam até à sede da polícia, junto da favela. Acenderam velas e rezaram pelas vítimas e em faixas pediam: “Parem de matar moradores de favelas” e garantiam, “não vamos esquecer”.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt