Partido Podemos recusa ser “objeto decorativo” em Espanha

Partido de Pablo Iglesias acusa socialistas de só oferecerem pastas “simbólicas”.

23 de julho de 2019 às 08:45
Pedro Sánchez praticamente não faz referência ao acordo com o Podemos no debate que antecedeu a primeira votação de investidura, marcada para hoje Foto: EPA
Pablo Iglesias, política, partidos e movimentos, podemos, espanha, conferência Foto: Juan Carlos Hidalgo / EPA
crise, PSOE, Podemos, Espanha, Pablo Iglesias Foto: EPA

1/3

Partilhar

O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez enfrenta esta terça-feira a primeira votação de investidura sem ter a garantia do apoio do Podemos. As negociações para a formação de uma coligação continuavam ontem bloqueadas, com o partido de Pablo Iglesias a recusar ser "um mero objeto decorativo" num futuro governo socialista.

Sánchez precisa de 174 votos para ser eleito na primeira votação, em que é necessária maioria absoluta. Para isso, necessita dos votos dos 42 deputados do Podemos, mas, em troca, o partido de Iglesias exige fazer parte do governo. As negociações estiveram bloqueadas durante semanas mas foram retomadas no sábado, depois de Iglesias ter dado um passo atrás e retirado o seu nome da lista de ministros propostos pelo Podemos perante o veto de Sánchez à sua inclusão no executivo.

Pub

No entanto, as negociações terminaram sem acordo, com o Podemos a acusar os socialistas de oferecerem apenas pastas simbólicas e sem o necessário peso político. Ontem, no debate de investidura, Iglesias exigiu "respeito" a Sánchez e garantiu que o Podemos "não será um mero objeto decorativo no governo".

Perante a incerteza do acordo com o Podemos, Sánchez praticamente não fez referência aos seus putativos parceiros de coligação durante o debate, com exceção de um apelo a tornar realidade a "promessa da esquerda", embora tenha acenado com um conjunto de medidas sociais e económicas do agrado do partido de Iglesias, incluindo a subida do ordenado mínimo para 1200 euros.

Pub

Ausente do debate de investidura esteve igualmente a questão da Catalunha, com Sánchez a limitar-se a falar numa "Espanha "unida e diversa", facto que mereceu fortes críticas da direita, que o acusou de "não querer incomodar os seus sócios independentistas", de cujos votos também precisa para ser eleito primeiro-ministro.

PORMENORES

Choque com Rivera

Pub

Pedro Sánchez e Albert Rivera protagonizaram o momento mais tenso do debate, após o PM ter apelado à abstenção do Cidadãos para evitar novas eleições. "Não vamos facilitar a investidura de um bando que quer liquidar o Estado e a economia de mercado", acusou Rivera, referindo-se aos separatistas catalães e ao Podemos.

Flores lembram presos

Os deputados da Esquerda Republicana de Catalunha entraram no hemiciclo com margaridas amarelas nas mãos, numa homenagem simbólica aos separatistas catalães detidos.

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar