Partidos radicais de Itália propõem governo
Movimento 5 Estrelas e Liga anunciam programa polémico.
Os dois maiores partidos antissistema italianos, que foram também os mais votados nas eleições de 4 de março, revelaram ontem um acordo para formação de governo que lançou o pânico nos mercados financeiros, provocou a desvalorização do euro e ameaça colocar Itália em rota de colisão com a União Europeia (UE).
O programa do Movimento 5 Estrelas (M5S) e da Liga (antiga Liga do Norte) inclui propostas polémicas, como a expulsão dos imigrantes ilegais e uma descida dos impostos para os 15% a 20% sobre os rendimentos de pessoas singulares e empresas.
Há ainda a introdução de um rendimento mínimo de cidadania de 780 euros mensais e a proposta de subvenções especiais para creches que recebam exclusivamente filhos de famílias italianas.
Os líderes dos dois partidos, Luigi di Maio, do M5S, e Matteo Salvini, do Liga, prometem ter um primeiro-ministro designado até segunda-feira, dia em que levam o programa para aprovação do presidente italiano, Sergio Matarella.
Depois disso, e para que o acordo se concretize na formação de governo, a coligação tem de superar votos de confiança nas duas câmaras do parlamento italiano.
No caso do Senado, os dois partidos da coligação têm uma maioria escassa, de menos de dez lugares.
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