Paulo Rangel defende "libertação imediata de navio" com bandeira portuguesa apreendida pelo Irão

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, em declarações aos jornalistas, defendeu este sábado a "libertação imediata de navio" com bandeira portuguesa apreendida pelo Irão, apesar de a bordo não irem tripulantes portugueses. O Governo português já entrou em contacto com as autoridades iranianas em Teerão e com a embaixada do Irão em Lisboa.

A Guarda Revolucionária do Irão apreendeu o navio por considerar que está "ligado a Israel" e que estava ser transferido para águas territoriais do país. Um helicóptero das forças especiais da marinha dos Guardas subiu a bordo do navio e apreendeu-o.

Paulo Rangel disse também que o Estado português tem de estar ativo e alerta para esta situação considerando o atual momento de tensão crescente entre o Irão e Israel. Pediu, por isso, a todos os portugueses que estejam em Israel para cumprirem com rigor todas as instruções dadas pelas autoridades locais.

No navio capturado perto do Estreito de Ormuz iam a bordo 17 indianos, um estoniano, paquistaneses e cidadãos russos. Portugal já mostrou solidariedades junto do governo indiano.

O embaixador de Portugal em Teerão vai reunir-se no domingo com o chefe da diplomacia do Irão para obter esclarecimentos sobre a captura do navio.

Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, dependendo desta reunião, as medidas diplomáticas de Portugal face a este incidente, que condenou "veementemente com preocupação", poderão ou não ser agravadas.

No limite, o chefe da diplomacia portuguesa, admitiu a hipótese de "chamar o embaixador iraniano em Lisboa a explicações no Ministério dos Negócios Estrangeiros", perante a gravidade da situação.

Mas medidas como aquelas só serão ponderadas depois da reunião deste domingo, porque considerou que o sinal dado pelo Governo de Teerão de receber o embaixador português demonstra "vontade" de prestar esclarecimentos.