Pelo menos quatro mortos em confrontos entre forças curdas e exército na Síria

Há também 14 feridos a registar, segundo as autoridades de Damasco.

23 de dezembro de 2025 às 17:37
Jovem segura bandeira síria Foto: AP
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Intensos confrontos na noite passada entre as Forças Democráticas Sírias (FDS), lideradas pelos curdos, e o exército em Alepo, no noroeste do país, provocaram quatro mortos e 14 feridos, informaram, esta terça-feira, as autoridades de Damasco.

"Na noite passada, as FDS atacaram uma zona residencial perto do Hospital al-Razi, em Alepo, resultando na morte de quatro civis e ferindo outros 14", indicou o Ministério da Saúde à agência de notícias estatal síria, Sana.

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Uma calma tensa prevalecia, esta terça-feira, em Alepo, depois de os meios de comunicação estatais sírios e curdos terem noticiado que Damasco e as forças curdas tinham chegado a um acordo, segundo o qual cada lado ordenou aos seus combatentes que suspendessem retaliações de disparos.

O governador da província de Alepo, Azzam al-Gharib, declarou que, "após uma noite angustiante, os bairros da cidade estão gradualmente a regressar à normalidade" e que "as equipas técnicas continuam a reparar os danos causados ??nas redes elétricas e de telecomunicações ".

Al-Gharib afirmou ainda estar em "contacto constante" com o Presidente de transição sírio, Ahmed al-Sharaa, e referiu que "serão feitos todos os esforços para restaurar a segurança e a estabilidade na província".

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O governador tinha ordenado na segunda-feira "a suspensão temporária das aulas em todas as escolas e universidades públicas e privadas, bem como nos serviços governamentais no centro de Alepo" durante esta terça-feira, devido à "situação atual".

Tanto as FDS, que controlam partes do norte e do leste do país, como as autoridades de Damasco continuam a acusar-se mutuamente de violação dos acordos assinados em março sobre a integração dos combatentes das milícias controladas pelos curdos no exército.

No entanto, os últimos dias têm sido marcados por confrontos nos bairros predominantemente curdos de Sheikh Maqsoud e Ashrafie, que se alastraram a outras zonas.

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Damasco e os curdos sírios assinaram um acordo em 10 de março para procurar uma solução para as autoproclamadas zonas autónomas no nordeste da Síria, após a queda do regime de Bashar al-Assad há mais de um ano, mas o processo sofreu vários adiamentos e as negociações só foram retomadas recentemente.

Um dos principais pontos de discórdia estava relacionado com a dúvida se as FDS se manteriam como uma unidade coesa no novo exército ou se seriam dissolvidas e os seus membros absorvidos individualmente pelas novas forças armadas, que resultaram do golpe militar que afastou Bashar al-Assad.

"Não vimos uma iniciativa ou uma vontade séria das Forças Democráticas Sírias para implementar este acordo. Tem havido uma procrastinação sistemática", lamentou na segunda-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros da Síria, Asaad al-Shibani, ao receber uma delegação governamental turca.

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Ancara considera as FDS uma organização terrorista devido à sua associação com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que trava uma longa resistência na Turquia, embora esteja em curso um processo de paz.

O governante sírio acrescentou que as autoridades de Damasco apresentaram uma proposta às FDS para avançar com a fusão militar e recebeu uma resposta no domingo, sem adiantar mais pormenores.

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