As polémicas do 'Charlie Hebdo'
Conheça o polémico jornal satírico francês que foi alvo de um ataque.
Desde a sua génese que o Charlie Hebdo está envolto em polémica. Fundado em 1969 por Georgers Bernier e François Cavana, primeiro com o nome Hara-Kiri Hebdo, a então revista assumia-se como uma publicação satírica semanal, irreverente, não conformista, anti-religiosa e de esquerda. O atual diretor era Stephane Charbonnier (Charb), uma das vítimas mortais do ataque.
Em novembro de 1970, após satirizar a morte do presidente Charles de Gaulle, a revista foi banida pelo ministro do Interior. Para contornar esta situação, os fundadores relançaram a publicação com outro nome: Charlie Hebdo (em referência a Charlie Brown e ao diminutivo de Charles). Com pouco sucesso, a revista fechou em 1981 por falta de leitores.
Gébé e Cabú (outra das vítimas), dois cartoonistas do Charlie Hebdo, resolveram recuperar a revista em 1992, com a ajuda de Cavana e de Philippe Val, um cantor cómico.
A primeira grande polémica do novo jornal surge em 2006, após a publicação de um cartoon do profeta Maomé a lamentar-se dizendo "É difícil ser amado por estúpidos". No mesmo jornal, figurava um especial denominado "Maomé farto de fundamentalistas", em que o Charlie Hebdo recuperou as controversas ilustrações do jornal dinamarquês Jyllands-Posten
Mais de 300 mil jornais foram vendidos nesse dia e a Grande Mesquita, a Liga do Mundo Islâmico e a Organização de Organizaçãos Islâmicas Francesas processaram o Charlie, argumentando racismo. O processo foi resolvido em 2007 e o diretor, Philippe Val, absolvido.
Em 2011, o jornal voltou a dar que falar em todo o Mundo ao editar um número com o nome Charia Hebdo (em referência aos textos sagrados do Islão) e em que Maomé surgia como editor convidado. Na capa, o profeta dizia a frase "100 chicotadas se não morrer a rir". No dia em que o polémico número saiu, o site do Charlie Hebdo foi pirateado e a sede atacada com cocktails Molotov. A comunidade Islâmica mostrou-se novamente muito desagradada.
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