Petrobras vai começar a perfurar ao largo da foz do rio Amazonas em novembro

Autoridades reguladoras devem dar a aprovação em outubro.

29 de julho de 2022 às 23:07
Petrobras Brasil Foto: Getty Images
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A petrolífera brasileira Petrobras anunciou esta sexta-feira  que começará a perfurar em novembro nas concessões que lhe foram atribuídas ao largo da foz do rio Amazonas, cuja possível exploração está a gerar protestos de ambientalistas.

O anúncio foi feito pelo diretor de Exploração e Produção da empresa, Fernando Borges, na conferência de imprensa em que foram discutidos os lucros históricos obtidos pela maior empresa do Brasil no primeiro semestre do ano.

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Borges explicou que o processo para a Petrobras obter a respetiva licença ambiental para operar em águas profundas na região a avançar satisfatoriamente e que as autoridades reguladoras devem dar a sua aprovação em outubro, quando a empresa demonstrar, numa simulação, que não oferece qualquer risco.

"A previsão é que faremos esse exercício na segunda quinzena de outubro, para que possamos iniciar as operações em novembro, pois estamos confiantes de descobrir (as gigantescas reservas) o que já foi descoberto na Margem Equatorial pelo Suriname e Guiana", disse.

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A chamada Margem Equatorial compreende as bacias marítimas no Oceano Atlântico de ambos os lados do Equador, uma região que no Brasil inclui a foz do rio Amazonas e onde tanto a Guiana como o Suriname descobriram depósitos significativos.

No Brasil, a Margem Equatorial inclui a área em frente à foz da Amazónia, cuja possível exploração gerou intensa controvérsia devido à existência de uma importante e delicada cadeia de corais.

A multinacional Exxon, que opera nas águas profundas da Margem Equatorial na Guiana, já produz 340 mil barris de petróleo por dia em duas unidades na região e tem outras duas unidades de alta capacidade em construção, de acordo com Borges.

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A Petrobras obteve um lucro líquido de 98,89 mil milhões de reais (cerca de 19 mil milhões de euros) no primeiro semestre deste ano, o valor mais alto da sua história.

Este recorde da empresa estatal brasileira tem como causa o aumento dos preços do petróleo bruto.

Os lucros semestrais são praticamente iguais aos obtidos pela empresa em todo o ano de 2021, quando atingiu o maior lucro líquido de toda a sua história (106,66 mil milhões de reais, cerca de 20 mil milhões de euros).

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Horas antes da apresentação dos resultados, a Petrobras tinha anunciado uma distribuição de dividendos recorde, numa altura em que o Governo de Jair Bolsonaro pressiona para que as empresas estatais reforcem os cofres públicos.

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