PGR apreende milhões a oficiais da Presidência de Angola
Seis generais da Casa de Segurança do presidente exonerados. Militar detido tinha malas cheias de notas, viaturas e imóveis.
O presidente angolano João Lourenço exonerou na segunda-feira seis generais da Casa de Segurança da Presidência, no mesmo dia em que a Procuradoria-Geral da República anunciou a apreensão de milhões de dólares, euros e kwanzas no âmbito de um processo-crime por peculato, retenção de moeda e associação criminosa contra oficiais das Forças Armadas afetos à Presidência.
As exonerações e a confirmação da abertura do processo-crime surgem pouco mais de uma semana após a detenção, em Luanda, do major Paulo Lussaty, chefe das finanças da banda musical da Presidência, quando alegadamente se preparava para deixar o país com várias malas cheias de dinheiro. Foram apreendidos pelo menos 10 milhões de dólares, 700 mil euros e 800 milhões de kwanzas, em notas, que estavam guardados em caixas e malas em várias casas. Foram ainda apreendidas 15 viaturas topo de gama, relógios de luxo cravejados de diamantes, dois iates, 45 imóveis de luxo - cinco dos quais em Lisboa - e vários terrenos na região de Luanda, todos em nome do major Lussaty.
Entre os oficiais exonerados pelo presidente angolano estão o tenente-general Ernesto Guerra Pires, chefe da Casa de Segurança, e Angelino Domingos Vieira, secretário de Pessoal e Quadros. Segundo a PGR, os factos que estiveram na origem do processo-crime “remontam há muitos anos”.
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