Polícia Federal intima Jair Bolsonaro a depor sobre plano de golpe de Estado
Intimação surge 10 dias após ter sido desencadeada uma grande operação contra o ex-presidente brasileiro.
A Polícia Federal (PF) brasileira intimou esta segunda-feira o ex-presidente Jair Bolsonaro a depor sobre a acusação de em 2022 ter arquitetado um golpe de Estado para se manter no poder após ter sido derrotado nas presidenciais desse ano pelo atual chefe de Estado, Lula da Silva. O depoimento foi marcado para a próxima quinta-feira, dia 22.
A intimação surge 10 dias após a PF ter desencadeado uma grande operação contra Bolsonaro, assessores e ex-ministros civis e militares. O antigo presidente teve a casa de praia, em Angra dos Reis, no litoral do estado do Rio de Janeiro, onde se encontrava de férias, invadida e revirada por agentes federais, e quatro dos seus mais próximos assessores, incluindo dois coronéis e um tenente-coronel, foram presos.
Nesta nova investigação (Jair Bolsonaro já responde a inúmeras outras quer no TSE, Tribunal Superior Eleitoral, quer no STF, Supremo Tribunal Federal), o ex-presidente é acusado de ter articulado dar um golpe de Estado no final de 2022 para continuar no poder, rutura institucional que, segundo a PF, só não aconteceu porque o exército se dividiu e à última hora decidiu não aderir.
Bolsonaro nega ter feito essa articulação e chegou a dizer que, se realmente houve um plano para um golpe de Estado, tudo foi feito nas suas costas, mas na operação a Polícia Federal encontrou na sala de Bolsonaro na sede do Partido Liberal uma minuta de decreto de exceção, e divulgou o vídeo de uma reunião de julho de 2022 em que o então chefe de Estado incita os seus ministros a participarem na intentona.
Por coincidência ou não, o depoimento de Jair Bolsonaro foi marcado para três dias antes de uma manifestação convocada pelo próprio para São Paulo, para se defender das acusações. Bolsonaro, apoiado por bispos evangélicos radicais, convocou esse ato para acontecer no próximo domingo, dia 25, na Avenida Paulista, para mostrar que ainda tem muito apoio popular e tentar dessa forma inibir ou adiar uma eventual prisão, possibilidade que o assombra desde que deixou a presidência.
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