Polícia reforça vigilância a Bolsonaro uma semana antes do julgamento
Autoridades temem que ex-presidente possa tentar refugiar-se na embaixada dos EUA.
O Procurador-Geral da República (PGR) brasileiro, Paulo Gonet, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ordene o reforço imediato de vigilância em tempo real e permanente sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, que se encontra em prisão domiciliária em Brasília desde o passado dia 4. Gonet fez o pedido depois de o director-Geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, alertar que Bolsonaro poderá tentar refugiar-se na Embaixada dos EUA para escapar ao seu julgamento por golpe de Estado, que começa no próximo dia 2 de setembro.
“Informações colhidas dão conta da possibilidade de uma tentativa de evasão para o interior da Embaixada dos EUA, que fica a 10 minutos do domicílio do ex-presidente, e posterior pedido de asilo político”, escreveu Andrei Rodrigues num relatório de inteligência enviado ao STF e à PGR.
No seu despacho, o PGR pede que sejam enviadas equipas de resposta imediata da PF para o condomínio de luxo onde Bolsonaro cumpre a prisão domiciliária, e que, sem invadir o lar dele ou prejudicar a rotina dos vizinhos, mantenham sobre o ex-presidente uma vigilância apertada 24 horas por dia, tomando todas as medidas para evitar uma eventual tentativa de fuga.
O presidente dos EUA, Donald Trump, tem feito uma forte pressão contra o julgamento do aliado brasileiro, ordenando tarifas de 50% ao Brasil e aplicando sanções ao juiz que vai julgar o ex-presidente, mas o STF tem rejeitado e repudiado essa ingerência, e por isso ganharam força nos últimos dias os rumores de que Bolsonaro poderia tentar uma medida desesperada, já que as penas somadas para os crimes de que é acusado podem superar os 40 anos de cadeia.
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