Porto Alegre quer erguer cidade provisória para acolher 10 mil desalojados pelas cheias
Pessoas serão instaladas em estruturas provisórias, que poderão ser, tendas da Proteção Civil, com mobiliário e utensílios do dia a dia.
Autoridades de Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul, estão a articular-se com o governo regional, o governo central, a Proteção Civil e as Forças Armadas para erguerem o mais depressa possível uma "cidade provisória" para acolher milhares de desalojados pelas violentas cheias que há duas semanas devastam aquele estado brasileiro. Os estudos técnicos já estão avançados, mas não foi ainda divulgada uma data para início daquela que já é considerada uma operação de guerra humanitária.
A região escolhida para erguer essa cidade temporária foi a zona norte de Porto Alegre, que tem alguns pontos mais elevados que não enfrentam tantos riscos de submergirem ao avanço do Rio Guaíba, que em muitos outros bairros esta terça-feira já atingia novamente dois metros de altura da água sobre ruas e avenidas. Ao todo, de acordo com o projeto em elaboração, a "cidade provisória" deve acolher pelo menos 10 mil dos muitos milhares de desalojados que hoje estão divididos em centenas de abrigos provisórios improvisados em escolas, empresas, armazéns, e até espaços culturais, facilitando e ampliando as ações de atendimento.
As pessoas serão instaladas em estruturas provisórias, que poderão ser, entre outras possibilidades em estudo, grandes tendas da Proteção Civil, que contarão com mobiliário e utensílios do dia a dia para se tentar dar-lhes o máximo que for possível de conforto, apesar da precariedade da situação. A cidade improvisada não vai ser meramente um dormitório, um depósito de pessoas, a ideia é levar para lá um mínimo de infraestrutura e de serviços, como a que os moradores tinham no bairro onde moravam.
Assim, pequenos mercados e até talvez um grande supermercado devem funcionar na área. Além deles, a "cidade provisória" também contará com uma escola e uma unidade de saúde exclusivas para os "residentes".
Dezenas de milhares de pessoas estão desalojadas e a viver em abrigos improvisados em Porto Alegre desde o início da maior tragédia climática do Rio Grande do Sul, em 29 de abril, que até agora matou pelo menos 147 pessoas e deixou 128 desaparecidas. Em todo o estado, o número de desalojados nas 447 cidades afetadas pelas cheias já superou os 619 mil.
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