Presidente da Sérvia nega ligações a 'safaris humanos' durante o cerco a Sarajevo
Vucic garante que nunca feriu ou matou alguém, desmentido acusações de um jornalista de que estaria envolvido na polémica do turismo de atiradores durante a Guerra da Bósnia.
Aleksandar Vucic, presidente da Sérvia, negou esta sexta-feira qualquer envolvimento na polémica dos 'safaris humanos' durante o cerco a Sarajevo (1992-96), que levou a semana passada a Itália a abrir uma investigação após uma queixa apresentada pelo jornalista e escritor Ezio Gavazzeni.
Num discurso numa conferência de empresários entre o Reino Unido e os Balcãs Ocidentais, em Belgrado, Vucic afirmou que "nunca matou ou feriu ninguém ou fez algo semelhante". "Nunca na minha vida fui atirador furtivo, nunca segurei a espingarda de que falam. Tenham vergonha", atirou.
Este desmentido surge na sequência das acusações feitas por um jornalista croata, que apresentou uma denúncia à procuradoria de Milão contra o atual presidente sérvio, alegando que Vucic teria atuado como voluntário ao lado de forças sérvias num antigo cemitério judeu da capital bósnia, como parte do Novo Destacamento Chetnik de Sarajevo, liderado pelo comandante Slavko Aleksic.
Foi a partir destes locais que atiradores de longa distância disparavam de forma aleatória contra civis, levando à morte de mais de 10 mil pessoas durante o cerco a Sarajevo.
Segundo foi noticiado na semana passada, extremistas italianos fanáticos por armas terão pago a soldados sérvios para atirar contra civis “por diversão” durante o cerco a Sarajevo (1992-96) na Guerra da Bósnia. Uma das principais ruas da cidade, onde morreram mais de 11 mil pessoas, foi apelidada de “Avenida dos Snipers”, e ainda hoje os prédios ostentam os buracos causados pelas balas.
Tratavam-se de autênticos safaris humanos, em que várias personalidades ricas e influentes chegavam a pagar entre 80 e 100 mil euros para acompanharem as tropas sérvias e assassinar civis.
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