Presidente de Cabo Verde pede eleições "o mais rapidamente possível" no Senegal
José Maria Neves considerou importante "evitar vazios que possam ser ocupados por grupos extremistas e levar a uma degeneração da situação de segurança.
O Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, defendeu na quinta-feira a realização de eleições o mais rapidamente possível no Senegal, para evitar riscos de degeneração da estabilidade do país mais próximo de Cabo Verde.
José Maria Neves considerou importante "evitar vazios que possam ser ocupados por grupos extremistas e levar a uma degeneração da situação de segurança no Senegal e à desestabilização e erosão do processo democrático no país vizinho", referiu à Rádio e Televisão de Cabo Verde, à margem de uma visita à ilha do Fogo.
O chefe de Estado considerou que "não se pode interromper o jogo a meio", numa alusão ao processo eleitoral, esperando que "seja construído um consenso para que as eleições sejam realizadas o mais rapidamente possível".
Alinhado com as posições da União Europeia (UE), Estados Unidos (EUA) e Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Neves considera, no entanto, improvável que se consiga respeitar a data inicial das eleições (25 de fevereiro).
"Acho difícil. Neste momento, o mais razoável é que rapidamente o Governo e as forças da oposição encontrem uma solução para que elas sejam realizadas já em março, o mais rapidamente possível, para se repor estabilidade", disse.
Nas mesmas declarações, José Maria Neves destacou a importância do Senegal para o arquipélago lusófono: "é o país mais próximo de Cabo Verde e interessa-nos a segurança, estabilidade e democracia no Senegal".
O Presidente senegalês, Macky Sall, ordenou o adiamento para 15 de dezembro das eleições presidenciais previstas para 25 de fevereiro.
O adiamento foi anunciado 12 horas antes do início da campanha eleitoral, no culminar de uma batalha política sobre a legitimidade dos candidatos aceites pelo Conselho Constitucional senegalês - organismo responsável pela fiscalização das eleições - para concorrer ao escrutínio.
Um grupo de organizações da sociedade civil senegalesa apelou na quinta-feira à população para se "mobilizar em massa" contra o adiamento das eleições presidenciais, revelando que está a preparar várias ações, incluindo uma manifestação e uma greve geral.
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