Primeira-ministra italiana defende que alargamento da União Europeia aos Balcãs Ocidentais deve ser prioridade
Giorgia Meloni refere que a região é estratégica para os interesses italianos.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, defendeu esta terça-feira que o alargamento da União Europeia (UE) aos seis países dos Balcãs Ocidentais deve ser "uma prioridade", referindo que a região é estratégica para os interesses italianos.
"É urgente que a UE desenvolva uma nova visão desta região", afirmou Meloni numa mensagem de vídeo divulgada na abertura da conferência de Trieste, que visa promover o papel da Itália na zona que integra Albânia, Bósnia-Herzegovina, Macedónia do Norte, Montenegro, Kosovo e Sérvia.
"A Europa tem uma grande responsabilidade para com os Balcãs e deve esforçar-se por reafirmar o sentido de pertença desta região ao nosso mundo e aos nossos valores", acrescentou a primeira-ministra italiana, sublinhando que a guerra na Ucrânia colocou a Europa "face a opções estratégicas inadiáveis".
Garantindo que a região tem "uma importância estratégica para os interesses nacionais italianos", Meloni sublinhou que a Itália "vai continuar a estar na primeira linha da luta para que o processo de integração europeia dos Balcãs Ocidentais tenha maior ímpeto e determinação".
Para a Itália, disse, "é uma questão de absoluta importância" que afeta segurança nacional, pelo que "a segurança e o crescimento de todos os povos dos Balcãs Ocidentais são fundamentais" e devem ser abordados num contexto europeu.
"É por isso que lutamos pela integração regional, num processo de adesão à União Europeia de todos os Estados da região, e acreditamos que apoiar a estabilização e a plena integração europeia significa trabalhar pela cooperação na luta contra a corrupção, na luta contra o tráfico, na gestão e contenção dos fluxos migratórios irregulares e na prevenção e combate ao radicalismo em todas as suas formas", argumentou.
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália, Antonio Tajani, defendeu que a integração dos Balcãs Ocidentais na União Europeia vai criar "uma estabilidade que é essencial, especialmente porque os fluxos migratórios da Turquia passam pela região e é importante prevenir a imigração ilegal".
A estabilidade "também significa a possibilidade de crescimento económico e o desenvolvimento de negócios" italianos e europeus na região, acrescentou.
Por isso, considerou o ministro, os Balcãs Ocidentais "devem tornar-se parte do mercado europeu" e devem ser acelerados os processos de adesão.
A conferência "Itália e os Balcãs Ocidentais: Crescimento e Integração" começou esta terça-feira com intervenções de Meloni e do vice-presidente e ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional no centro de convenções de Trieste, próximo da fronteira com a Eslovénia.
O objetivo deste encontro de dois dias é "promover o papel da Itália nos Balcãs Ocidentais, prioridade da política externa do novo Governo, e o processo de integração europeia desses países".
A conferência conta com a presença do comissário europeu para o Alargamento, Oliver Varhelyi, e vai analisar a situação da região, as suas oportunidades e o papel do sistema produtivo e económico da zona.
A região dos Balcãs Ocidentais, cercada pela UE por todos os lados, está em diferentes estágios do processo de adesão, e Albânia acolheu em dezembro passado a primeira cimeira da UE num país daquela zona.
Organizada para reafirmar a importância do alargamento do bloco a esta região, no contexto da guerra na Ucrânia e da crise energética, a cimeira terminou com a assinatura da Declaração de Tirana, na qual os 27 "reafirmaram o seu compromisso total e inequívoco com a perspetiva de adesão à UE dos Balcãs Ocidentais e apela à aceleração do processo de adesão".
Os Estados-membros da UE sublinharam, no entanto, a necessidade de os seis países realizarem "reformas credíveis", para alcançarem os critérios de adesão.
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