Proibir o TikTok roubaria a Joe Biden uma ferramenta eleitoral para as presidenciais
Utilizadores da rede social pertencem desproporcionalmente a grupos de apoio do Partido Democrata.
A lei que daria aos proprietários chineses do TikTok (ByteDance) cerca de seis meses para alienar os ativos americanos da rede social viria roubar uma plataforma na qual o presidente dos Estados Unidos (EUA) e os democratas confiam para conseguir a reeleição em novembro, relatou esta quinta-feira a agência Reuters.A campanha de Joe Biden obteve milhares de interações positivas num vídeo no TikTok a criticar o rival republicano Donald Trump sobre o corte de gastos com a Segurança Social. Mas os comentários centraram-se no projeto de lei que pode proibir a rede social nos EUA. "Que bom termos visto isto no TikTok", escreveu um utilizador. "Como é que vai usar isto para fazer campanha se o banir?", perguntou outro.O discurso político online de tendência democrata nos EUA mudou-se para o TikTok nos últimos anos. Com o proprietário Elon Musk, o X reduziu as restrições ao assédio. Simultaneamente, o Facebook afastou-se de conteúdo político. Os vídeos curtos do TikTok constituem a plataforma preferida de uma nova geração de norte-americanos politicamente mobilizados.Os utilizadores da rede social TikTok pertencem desproporcionalmente a grupos de apoio do Partido Democrata de Joe Biden. A campanha do ex-presidente Donald Trump não possui sequer uma conta oficial no TikTok. De acordo com um estudo do Pew Research Center, 60% dos consumidores regulares de notícias do TikTok nos EUA são democratas ou de tendência democrata. 30% são hispânicos e 19% são negros. A Casa Branca instou o Senado dos EUA a tomar medidas rápidas sobre a lei aprovada na quarta-feira com 352 votos a favor e 65 contra. Se for aprovado nesta câmara do Congresso norte-americano, o projeto será ratificado pelo presidente, uma vez que Joe Biden já avisou que iria assinar a lei.
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