Protegida de Merkel renuncia à sucessão
Kramp-Karrenbauer foi acusada de falta de autoridade após o partido ter quebrado o ‘cordão sanitário’ contra a extrema-direita.
A sucessora de Angela Merkel na liderança da CDU, Annegret Kramp-Karrenbauer, anunciou este domingo que vai abandonar o cargo e não será candidata à chefia do governo pelos democratas-cristãos quando a atual chanceler deixar o poder, em 2021. A decisão foi tomada na sequência da grave crise interna aberta pelo apoio dos deputados da CDU no estado da Turíngia a um candidato igualmente apoiado pela extrema-direita.
Kramp-Karrenbauer, conhecida na Alemanha pelas iniciais ‘AKK’ ou como ‘mini-Merkel’ por ser vista como a protegida da atual chanceler, afirmou que a sua decisão visa "fortalecer a CDU". Na semana passada, Kramp-Karrenbauer foi acusada de falta de autoridade por não ter conseguido impedir os deputados da CDU na Turíngia de votarem ao lado do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha para eleger o novo chefe do governo regional da Turíngia, num caso que abriu uma grave crise no partido. Foi a primeira vez desde a II Guerra Mundial que um partido alemão quebrou o ‘cordão sanitário’ contra a extrema-direita.
"Respeito a sua decisão, mas lamento-a profundamente. Posso imaginar que não terá sido uma decisão fácil", afirmou Merkel, adiantando que ‘AKK’ continuará a ser ministra da Defesa. Kramp-Karrenbauer, de 57 anos, foi eleita em dezembro de 2018 como líder da CDU e era vista como a principal candidata à sucessão de Merkel na chefia do governo federal.
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