Pneus a arder e gás lacrimogéneo: protestos intensificam-se em Moçambique após confirmação da vitória da Frelimo
Enviado especial do CM está em Maputo a acompanhar os desacatos devido ao processo eleitoral das presidenciais e legislativas moçambicanas.
As chamas de pneus a arder permaneceram ativas durante várias horas da noite desta quinta-feira na Avenida Joaquim Chissano, em Maputo, epicentro da contestação dos últimos dias ao processo eleitoral das presidenciais e legislativas moçambicanas.
Pedras, chinelos de fugas apressadas e cartuchos de granadas de gás lacrimogéneo espalhavam-se naquela artéria do centro da capital de Moçambique pouco depois da Comissão Nacional de Eleições (CNE) confirmar a vitória de Daniel Chapo, da Frelimo, no poder. Apoiantes do candidato-surpresa destas eleições, Venâncio Mondlane, saíram de imediato às ruas desertas de Maputo, resultado da greve geral decretada pelo candidato apoiado pelo partido Podemos.
De acordo com a CNE, a Frelimo recolheu nas eleições parlamentares 195 deputados (mais 11 do que tinha na atual legislatura) e o seu candidato presidencial, Daniel Chapo, somou 70,67% dos votos. Mondlane – que esta quinta-feira permanecia em parte incerta – ficou em segundo lugar com 31 deputados, destronando a histórica Renamo – que caiu de 60 para 20 lugares na assembleia legislativa – como principal partido da oposição. Nas presidenciais, Venâncio Mondlane ficou também na segunda posição, com 20,32% dos votos.
O candidato que a CNE diz ter sido derrotado, mas que vários setores da sociedade moçambicana acreditam ter sido o vencedor, assegura que tem atas que provam a vitória e anunciou que vai recorrer para o Tribunal Constitucional, entidade que ratifica os resultados das eleições.
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