Puigdemont anuncia renúncia à presidência da Catalunha
Ex-presidente indicou como candidato Jordi Sànchez, atualmente detido em Espanha.
O ex-presidente catalão Carles Puigdemont anunciou esta quinta-feira a desistência da recandidatura ao cargo e indicou como novo candidato o número dois do Juntos pela Catalunha (JuntsxCat), Jordi Sànchez, que está detido por delitos relacionados com o referendo separatista ilegal de 1 de outubro de 2017.
O anúncio de Puigdemont foi feito em discurso a partir de Bruxelas, onde está exilado, horas depois de o parlamento catalão aprovar uma resolução que reconhece simbolicamente "a sua legitimidade" enquanto presidente do governo da Catalunha.
"Informei hoje o presidente do parlamento catalão que, de forma provisória, não apresento a minha candidatura à presidência da Generalitat [governo catalão] e pedi-lhe que inicie consultas para nomear outro candidato", afirmou Puigdemont. A escolha do JuntsxCat é Jordi Sànchez, que aceitou "a imensa honra de representar o povo da Catalunha".
A renúncia de Puigdemont surge após meses de negociações infrutíferas das forças separatistas. Mas com Sànchez o impasse mantém-se. Estando preso não pode exercer o cargo, e Madrid alertou que não aceita candidatos com contas a prestar à Justiça.
PORMENORES
Reiterar referendo
O parlamento catalão votou uma resolução que denuncia a "destituição ilegal e ilegítima" de Puigdemont e dá o aval ao "referendo de autodeterminação" de 1 de outubro de 2017. Contudo, o texto evita ratificar a declaração unilateral de independência da Catalunha.
Ofensiva contra Espanha
Puigdemont fez questão de sublinhar que a renúncia não é o fim da luta e anunciou o início de "uma ofensiva jurídica e política a nível internacional". Um dos passos dessa luta é levar Espanha ante o Comité de Direitos Humanos das Nações Unidas.
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