Putin ameaça atacar tropas ocidentais na Ucrânia
Moscovo acusa países europeus de "atrapalharem" a resolução do conflito.
O Presidente russo não aceita a presença de tropas estrangeiras na Ucrânia, tanto antes como depois da assinatura de um acordo de paz, que coloque um ponto final no conflito. Segundo Putin, se militares estrangeiros forem enviados para a Ucrânia, “especialmente agora, durante a guerra”, Moscovo irá considerá-las “um alvo legítimo para ser destruído”. Esta é a resposta do líder russo ao Presidente francês, Emmanuel Macron, que revelou, quinta-feira, que 26 países se comprometeram a enviar tropas para a Ucrânia, “terrestres, marítimas ou aéreas”, como garantia de segurança em caso de um acordo de cessar-fogo. Um cenário que Putin contesta.
“Se forem tomadas decisões que conduzam à paz, a uma paz duradoura, não vejo sentido a sua presença em território ucraniano”, afirmou durante um discurso no Fórum Económico do Leste, em Vladivostok. O líder do Kremlin pediu para “ninguém duvidar que a Rússia respeitará integralmente” as futuras garantias de segurança para a Ucrânia. Putin reiterou, ainda, o convite ao seu homólogo Volodymyr Zelensky para conversações de paz em Moscovo. “Já disse: Estou disposto, por favor, venha, nós garantimos condições de trabalho e segurança completas e seguras. A garantia é de 100%”, prometeu.
Zelensky já rejeitou, contudo, essa possibilidade, ainda que não o referindo diretamente. “Estamos prontos para qualquer tipo de reunião. Mas não achamos que Putin esteja pronto para acabar com esta guerra. Ele pode falar, mas são apenas palavras, e ninguém confia nas suas palavras.”
Novas sanções
Um grupo de representantes da UE está a caminho de Washington para tentar negociar com os EUA possíveis sanções à Rússia. “O trabalho sobre o novo pacote de sanções começou em Bruxelas, e uma equipa europeia está a caminho de Washington para trabalhar com os nossos amigos dos EUA”, disse António Costa, presidente do Conselho Europeu.
Novas conquistas da Rússia
A Rússia reivindicou na sexta-feira a conquista de Markovo, a 16 km de Kramatorsk, um dos bastiões ucranianos na região de Donetsk. Terça-feira já tinha anunciado a conquista de Fedorovka. Desde que invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Rússia declarou a anexação das regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia. A Crimeia foi anexada em 2014.
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