Regiões continuam sem energia seis horas após apagão no Brasil

Governo continua sem explicar fenómeno que só não atingiu um estado brasileiro e provocou o caos em todo o país.

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Quase seis horas depois do início de um dos maiores apagões da história do país, o Brasil ainda tinha, na tarde desta terça-feira, vastas regiões sem energia e outras com o fornecimento intermitente.

Os primeiros relatos de falta de luz foram feitos por volta das 8h20 locais (12h20 em Lisboa) e às 14h10 brasileiras o governo de Lula da Silva reconhecia que a situação ainda não estava totalmente sanada.

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A essa hora, 18h10 em Lisboa, segundo o Ministério de Minas e Energia, os estados do sul, do sudeste e do centro-oeste já tinham o fornecimento de energia restabelecido, mas nos estados do norte e do nordeste ainda havia importantes falhas.

No nordeste, a essa hora já tinha sido retomado o fornecimento em aproximadamente 85% das cidades, mas no norte, numa região imensa onde ficam os estados do Acre, Amapá, Pará, Amazonas e Rondónia, o fornecimento ainda estava em 41%.

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Uma das situações mais preocupantes verificava-se na cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas, onde a grande maioria dos hospitais, por exemplo, não possui geradores, e a metrópole tem mais de 2,5 milhões de habitantes.

Porto Velho, capital de Rondónia, e Rio Branco, capital do Acre, outras grandes cidades da região amazónica, estavam a essa hora em situação semelhante.

Mesmo nas regiões do sul e do sudeste, onde ficam as maiores metrópoles brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte, não obstante o fornecimento de energia ter sido totalmente retomado, ainda havia problemas.

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A energia ainda sofria com oscilações, e grandes consumidores, como indústrias de grande porte, só estavam a receber energia em menor quantidade do que o necessário.

O mega apagão desta terça-feira atingiu, total ou parcialmente, 26 dos 27 estados do Brasil. Só ficou de fora o estado de Roraima, no extremo norte do país, na fronteira com a Amazónia, o único que não faz parte do sistema integrado de distribuição de energia, e onde o fornecimento se dá a partir de centrais a gás e a carvão locais.

Ao longo de todas essas horas, milhões de brasileiros ficaram sem poder trabalhar ou realizar os trabalhos domésticos, semáforos ficaram apagados, muitas pessoas ficaram presas em elevadores, e tudo ficou um caos.

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Os transportes que dependem de energia, como comboios de superfície e metropolitano, pararam ou sofreram redução drástica de velocidade por todo o país, e só nos próximos dias será possível fazer um balanço mais realista de vítimas surpreendidas pelo apagão durante cirurgias, por exemplo, e prejuízos de todos os tipos, como perda de mercadorias e falhas na produção.

Até meio da tarde desta terça-feira, o governo de Lula da Silva ainda não tinha dado uma explicação convincente para o gigantesco apagão, atribuído a uma falha técnica ainda por esclarecer.

A oposição não perdeu tempo e lembrou de um outro grande blackout ocorrido em 2009, quando Lula da Silva também era presidente do Brasil, e já está a cobrar a criação no Congresso de uma comissão de investigação.

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