Relatório denuncia 300 padres que abusaram sexualmente de crianças
Documento relata pelo menos 1000 vítimas identificáveis na Pensilvânia. Apenas dois dos casos serão punidos.
São cerca de 900 páginas de um relatório que denuncia cerca de 300 padres da Pensilvânia, no Estados Unidos, que abusaram sexualmente de crianças nas últimas décadas. O documento é o resultado da investigação do grande júri - de 23 jurados -, liderado pelo procurador-geral do estado, Josh Shapiro e traz a público anos de crimes sexuais escondidos pela Igreja Católica.
Foram mais de dois anos de investigação que conseguiram reunir cerca de 1000 testemunhos de vítimas identificáveis e levaram ao relatório que tem dado que falar. Houve até quem tentasse impedir a divulgação do documento, acabando este por ter alguns nomes removidos, depois de pedidos no tribunal. As várias dioceses envolvidas divulgaram os nomes dos envolvidos e, quem não o fez, promete fazê-lo brevemente.
O estado norte-americano o da Pensilvânia tem oito dioceses. Apenas duas não se viram envolvidas no escândalo.
Centenas de bispos e líderes da Igreja daquele estado permitiram que os abusos continuassem e encobriram quem os fazia. As vítimas eram persuadidas a manter o crime em segredo e as autoridades levadas a não investigar o que se passava.
Apesar dos cerca de 1000 testemunhos, a legislação da Pensilvânia impede que vítimas abusadas durante a infância levantem processos criminais contra a Igreja depois de completarem 30 anos, explica o New York Times. Por essa razão, a maioria dos padres identificados não será punido. Apenas dois terão em mãos uma acusação fruto deste relatório.
As vítimas pedem que esta investigação se estenda à escala nacional.
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