Vítima de padre protegido pelo bispo Barros enviou carta ao Sumo Pontífice em 2015.
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Uma vítima do padre pedófilo chileno Fernando Karadima garante ter enviado em 2015 uma carta ao Papa Francisco a denunciar os abusos e o encobrimento do bispo Juan Barros, que foi defendido pelo Sumo Pontífice durante a sua recente visita ao Chile. As alegações contrariam as palavras do Papa, que garantiu durante a visita que nunca tinha visto "uma única prova" contra o bispo e que as acusações não passavam de "calúnias".
O padre Karadima, hoje com 87 anos, terá abusado de dezenas de crianças nos anos 80. Juan Barros era na altura o braço-direito do padre e, mais tarde, sempre o protegeu, garantindo que não sabia dos abusos. Quando foi promovido a bispo de Osorno, em 2015, várias vítimas insurgiram-se e acusaram-no de cumplicidade e encobrimento, mas a Igreja chilena nada fez.
Um dos acusadores foi Juan Carlos Cruz, que em 2015 escreveu uma carta ao Papa Francisco a pedir-lhe para reconsiderar a decisão de nomear Barros como bispo. Na missiva, que foi entregue em mão ao cardeal Sean O’Malley, principal conselheiro do Papa no combate à pedofilia na Igreja, Cruz detalha os abusos de que ele e outros rapazes foram vítimas e garante que o próprio Barros estava presente nalgumas ocasiões.
"Quando o padre Barros não estava a beijar o padre Karadima, ficava a olhar enquanto este nos tocava e nos forçava a beijá-lo. Barros disse que nunca viu nada, mas há dezenas de vítimas que podem testemunhar que, não só ele estava presente, como também beijou Karadima e trocaram carícias", acusa Cruz na missiva, que o cardeal O’Malley garante que foi entregue ao Sumo Pontífice.
As afirmações de Cruz contrariam as palavras do Papa Francisco, que no mês passado garantiu nunca ter visto "nenhuma prova" contra Barros e chocou as vítimas ao acusá-las de "caluniar" o bispo.
PORMENORES
Protestos durante visita
A recente visita do Papa Francisco ao Chile ficou marcada por fortes protestos contra a proteção da Igreja ao bispo Barros, acusado de encobrir o padre pedófilo Fernando Karadima durante décadas.
Francisco pediu perdão
Durante a visita, o Papa encontrou-se com vítimas de abusos cometidos por padres, mas pouco depois acusou-as de inventarem calúnias contra o bispo Barros. No dia seguinte reconheceu que as suas palavras magoaram as vítimas e pediu perdão, mas insistiu que não há provas contra o bispo.
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