Rússia condena ataque dos EUA e aliados contra Huthis

Dmitri Peskov diz que a Rússia apelou repetidamente aos rebeldes iemenitas para "renunciarem" a essa prática, que a Rússia considera "extremamente errada".

12 de janeiro de 2024 às 12:57
Dmitri Peskov, porta-voz da presidência russa Foto: Reuters
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O Kremlin condenou esta sexta-feira os ataques aéreos norte-americanos e britânicos no Iémen, indicando que as ações "não estão cobertas" por qualquer resolução do Conselho de Segurança da ONU.

"Condenamos (os ataques)", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, na conferência de imprensa telefónica diária, acrescentando que "do ponto de vista do direito internacional, são ilegítimos".

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Peskov recordou que o Conselho de Segurança aprovou um projeto de resolução apresentado pelos Estados Unidos que condenava os ataques dos rebeldes iemenitas, na votação do qual a Rússia e três outros países se abstiveram.

"Nós abstivemo-nos. Os países atacantes tentaram dar uma base legal às ações. Essa tentativa falhou, uma vez que a resolução adotada não dava o direito de lançar ataques", disse o porta-voz.

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Sobre os ataques dos huthis contra navios mercantes, Peskov disse que a Rússia apelou repetidamente aos rebeldes iemenitas para "renunciarem" a essa prática, que a Rússia considera "extremamente errada".

Da mesma forma, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, descreveu o bombardeamento do território iemenita como mais um exemplo de "total desrespeito pelo direito internacional".

"Os ataques aéreos dos EUA contra o Iémen são mais um exemplo da deturpação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e do total desrespeito pelo direito internacional em nome da escalada da situação na região para fins destrutivos", escreveu Zakharova na rede social Telegram.

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O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou na quinta-feira à noite que as forças militares norte-americanas, juntamente com o Reino Unido e o apoio de oito outros países, realizaram com sucesso ataques contra vários alvos no Iémen.

Segundo Biden, a ação foi uma resposta aos ataques dos rebeldes huthi, apoiados pelo Irão, que na quinta-feira lançaram um míssil balístico destinado a atingir as rotas marítimas no Golfo de Adém, uma rota estratégica para o transporte de petróleo.

Os Estados Unidos, o Reino Unido, a Austrália, o Bahrein, o Canadá, os Países Baixos, a Dinamarca, a Alemanha, a Nova Zelândia e a Coreia do Sul emitiram uma declaração conjunta na qual sublinharam que a ação foi efetuada em defesa do comércio internacional no Mar Vermelho, através do qual circulam cerca de 15% do comércio marítimo mundial.

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