Rússia e Síria tentam travar ataque dos EUA
Presidente dos EUA cancelou participação na Cimeira das Américas para se concentrar na resposta a ataque químico que matou dezenas.
A Síria e a Rússia propuseram esta terça-feira enviar uma equipa de peritos internacionais para investigar o ataque químico que matou mais de 60 pessoas na cidade síria de Douma, numa tentativa de evitar uma ação militar liderada pelos EUA, que ontem parecia inevitável depois de o presidente Trump cancelar inesperadamente a sua participação na Cimeira das Américas, no Peru.
Moscovo e Damasco negam que tenha havido qualquer ataque com armas proibidas em Douma no sábado. Apoiado pelos aliados russos, o governo sírio convidou ontem uma equipa de peritos da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPCW) a visitar a cidade, mostrando total disponibilidade para cooperar com a investigação.
Ao mesmo tempo, a Rússia avançou com uma resolução no Conselho de Segurança da ONU, propondo uma investigação oficial a cabo da OPCW, secundando uma outra resolução nesse sentido apresentada pelos EUA. No entanto, ao contrário da proposta americana, a resolução russa não prevê a atribuição de responsabilidades, a qual ficaria depois a cargo do Conselho de Segurança.
Trump prometeu responder ao "hediondo ataque" sírio num prazo de 48 horas. O cancelamento da sua deslocação ao Peru, agendada para sexta-feira, foi interpretado como um sinal de que a retaliação poderá estar iminente.
EUA vão responder com ou sem a ONU
O presidente Trump está a falar com os aliados e prefere uma ação multinacional concertada, mas admite avançar sozinho tal como fez há um ano, quando lançou dezenas de mísseis contra uma base aérea síria após um ataque com sarin em Khan Sheikoun.
Moscovo afasta risco de confronto
PORMENORES
"Prudência e firmeza"
O MNE português Augusto Santos Silva defendeu ontem que a comunidade internacional deve reagir "com prudência, mas também com firmeza" ao ataque químico contra Douma. "Também há limites para a guerra", afirmou o chefe da diplomacia.
Mundo tem de atuar
Donald Trump falou ontem ao telefone com a PM britânica, Theresa May, e o PR francês, Emmanuel Macron, que concordaram na necessidade de punir os culpados pelo uso de armas químicas na Síria. "Isto não pode continuar", frisou Trump.
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