Rússia e Ucrânia longe de um acordo de paz
Rússia exige a Kiev o controlo sobre cinco regiões ucranianas.
Aquela que foi a primeira reunião entre as delegações russa e ucraniana desde março de 2022, realizou-se esta sexta-feira no Palácio Dolmabahce, em Istambul, na Turquia, e durou cerca de uma hora e 40 minutos.
O conteúdo das conversações não foi revelado, mas uma fonte ucraniano diz que as exigências da Rússia estão “desligadas da realidade e vão para além de tudo o que foi discutido anteriormente”, acusando Moscovo de fazer exigências territoriais inaceitáveis para fazer descarrilar as negociações. Ao que tudo indica, a comitiva russa terá exigido a Kiev o controlo sobre cinco regiões ucranianas.
Foi ainda discutida a possibilidade de um cessar-fogo e de um encontro entre os presidentes, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. “A parte ucraniana solicitou negociações diretas entre os chefes de Estado. Tomámos nota desta proposta”, confirmou o negociador russo Vladimir Medinsky, que é conselheiro de Putin.
O chefe da delegação russa mostrou-se satisfeito com o resultado do encontro e não descartou a hipótese de haver nova reunião. “Em geral, estamos satisfeitos com o resultado e estamos prontos para prosseguir contactos”, admitiu Medinsky.
A Rússia e a Ucrânia concordaram trocar 1.000 prisioneiros de guerra de cada lado. Se a troca efetivamente existir, será a maior desde a invasão da Ucrânia pela Rússia. “Sabemos a data, mas não vamos revelá-la para já”, disse o ministro da Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov, que liderou a delegação ucraniana.
Entretanto, o secretário-geral da NATO acusou Putin, de errar ao enviar uma delegação de segunda linha. “Penso que Putin cometeu um erro ao mandar uma delegação de baixo nível com o seu historiador a liderar a delegação”, disse Mark Rutte.
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