Saiba porque é que o sismo que abalou a Turquia e a Síria foi tão devastador
Terramoto causou milhares e mortos e feridos e destruiu por completo várias regiões dos dois países.
O sismo que atingiu a Turquia e a Síria, na madrugada desta segunda-feira, é provavelmente um dos mais mortíferos da década. Nos últimos 20 anos, quase um milhão de pessoas morreram na sequência de terramotos com magnitudes elevadas na escala de Richter. Segundo vários sismólogos, o sismo desta segunda-feira provocou uma rutura de mais de 100 quilómetros entre as placas tectónicas de Anatólia e Árabe.
Onde teve origem o terramoto?
O epicentro situa-se a cerca de 26 quilómetros a leste da cidade turca de Nurdagi, a uma profundidade de cerca de 18 quilómetros na Falha da Anatólia Oriental, diz a Reuters. O sismo sentiu-se com grande intensidade da Turquia e na região noroeste da Síria durante a madrugada desta segunda-feira.
Durante o século XX, a Falha da Anatólia Oriental produziu pouca atividade sísmica. De acordo com o Centro de Geologia norte-americano, apenas foram registados três terramotos com magnitudes acima de 6,0 na escala de Richter desde 1970. Mas em 1822, um terramoto de 7,0 atingiu a região e matou cerca de 20 mil pessoas.
Qual foi a gravidade deste terramoto?
Qual foi a gravidade deste terramoto?Nas últimas duas décadas, segundo a Reuters, alguns dos sismos mais mortíferos do mundo mataram quase um milhão de pessoas. Em 2010, no Haiti, um terramoto matou mais de 300 mil pessoas. Já em 2011, no Japão, um terramoto seguido de tsunami vitimou mais de 15 mil pessoas e provocou um desastre nuclear em Fukushima.
Porque foi tão grave?
A Falha da Anatólia Oriental é uma falha de greve e derrapagem. Ou seja, as placas estão em fricção através de uma falha vertical, até que finalmente deslizam num movimento horizontal, libertando uma enorme quantidade de tensão que pode desencadear um sismo.
A Falha de San Andreas, na Califórnia, é talvez a mais famosa do mundo, sendo que os cientistas já avisaram várias vezes que um terramoto catastrófico já podia ter acontecido há muito.
A rutura inicial do terramoto Turquia-Síria teve início a uma profundidade relativamente baixa. O abalo terá sido mais intenso por ser à superfície. Se fosse mais profundo, com a mesma magnitude, talvez fosse menos desastroso, explica David Rothery, um geocientista britânico.
Que tipo de sismos secundários podem ser esperados?
Onze minutos após o terramoto inicial, a região foi atingida por um tremor de terra de 6,7 graus de magnitude na escala de Richter. Um abalo de 7,5 de magnitude sentiu-se horas mais tarde, seguido de outro abalo de 6,0 durante a tarde.
"O que estamos a ver agora é que a atividade sísmica se está a alastrar às falhas vizinhas", disse o investigador britânico Roger Musson.
Qual poderá ser o número esperado de mortes?
"Vai ser aos milhares. Pode até chegar às dezenas de milhares", explica Musson, que acrescenta que as temperaturas negativas reduzem as hipóteses de sobrevivência de todas as pessoas presas debaixo dos escombros.
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