Serviço militar, voluntariado e paixão pelas artes: os sonhos das quatro reféns que retomam à vida após a libertação
Liri, Karina, Daniella e Naama foram libertadas 477 dias depois.
Karina Ariev, Daniella Gilboa, Naama Levy and Liri Albag são as quatros reféns que foram libertadas este sábado. Liri sonha em estudar design de interiores ou arquitetura. Karina adora montar puzzles, tocar flauta e dançar. Daniella mudou de nome e teve a sua mão pedida em casamento enquanto estava em cativeiro. Naama é atleta de triatlo e faz voluntariado nas Nações Unidas e na Cruz Vermelha. As quatro jovens voltam à vida 477 dias depois.
Liri Albag
Com 19 anos, Liri é a refém mais jovem do grupo. Segundo The Jerusalem Post, a jovem foi sequestrada da sua cama no quartel militar.
Encontrava-se a fazer formação militar mas o seu sonho passava por estudar design de interiores ou arquitetura.
Imagens divulgadas em maio pelo Hamas mostraram a refém perto de outras vítimas que permaneciam em cativeiro, inclusive Daniella Gilboa e Karina Ariev, que integraram este segundo grupo de reféns libertados.
A família de Liri demonstrou sempre esperança em recuperar a jovem. "Trataremos os ferimentos físicos e as feridas mentais", disse o pai de Liri numa entrevista.
Karina Ariev
A jovem de 20 anos era a única que exercia funções como militar quando foi sequestrada pelo Hamas.
A família contou ao The Jerusalem Post que Karina é perita em resolver puzzles, incluindo puzzles complexos com mais de mil peças, toca flauta e fala fluentemente quatro línguas. É também conhecida pela sua paixão pela cozinha, pelo canto, pela dança e pela escrita criativa. Karina foi voluntária num jardim de infância e adora crianças, disseram os familiares.
Quando a jovem chegou ao hospital, os familiares que aguardavam ansiosamente a sua chegada revelaram que "os corações estavam cheios de imensa gratidão e alegria", "depois de 477 dias dor, preocupação e ansiedade".
"Finalmente, pudemos abraçar nossa amada Karina, ouvir a voz e o sorriso que nos enche de luz", afirmou a família.
Daniella Gilboa
Tal como Krarina, também Daniella tinha 20 anos e contava com formação militar.
Enquanto ainda se encontrava em cativeiro, o namorado de Daniella pediu aos pais da jovem a sua mão em casamento. Apesar da tenra idade de ambos, o pedido foi aceite. O pai do namorado de Daniella contou ao The Jerusalem Post que, após a conversa, o jovem gritou para o céu: "Eu vou pedir-te em casamento!"
Na verdade, o nome da jovem era Danielle e foi mudado para Daniella pelos seus pais depois de ter sido capturadas.
"Duas semanas após o seu rapto, os pais de Danielle Gilboa falaram com um rabino que lhes recomendou que mudassem o seu nome de Danielle para Daniella", afirmou o Fórum dos Reféns e das Famílias Desaparecidas ao The Jerusalem Post. "Em hebraico, acrescentar a letra 'hei' (que significa Deus e soa como 'a[h]') ao final de um nome simboliza acrescentar proteção divina à pessoa", explicou o fórum.
Quando os familiares receberam a jovem transportada pelos meios da Cruz Vermelha não conseguiram esconder a emoção. "Nossa Daniella" conhecida também por Nushi, " sobreviveu 477 dias no inferno de Gaza e finalmente regressou ao abraço da família", afirmaram.
Naama Levy
Segundo The Jerusalem Post, Naama era voluntária nas Nações Unidas, na Cruz Vermelha e numa organização chamada Hands of Peace.
Naama Levy tinha 19 anos na altura em que foi capturada e tinha começado a formação militar pouco antes.
A família contou à mesma fonte que a jovem é atleta de triatlo "cheia de luz, alegria, força e determinação". "Estamos muito contentes e comovidos por ver que a Naama se mantém forte e regressa para junto de nós”, disseram os pais, momentos antes de se encontrarem com a filha.
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