Situação caótica em Maputo: manifestantes travados pela polícia com granadas de gás lacrimogéneo

Manifestantes aderiram à grande marcha decretada pelo líder da oposição Venâncio Mondlane.

07 de novembro de 2024 às 08:15
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A polícia disparou granadas de gás lacrimogéneo no centro de Maputo para travar manifestantes que aderiram à grande marcha decretada pelo líder da oposição Venâncio Mondlane. 

A primeira carga policial, cerca das 09h20 locais (07h20 em Lisboa) levou à dispersão dos manifestantes, mas pouco depois estes voltaram a juntar-se e ripostaram ao gás lacrimogéneo lançando pedras e garrafas na direção da polícia.

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Nestes confrontos, pelo menos uma pessoa ficou ferida.

Nas principais ruas de Maputo e nos bairros suburbanos há uma forte presença da polícia e militares, com viaturas blindadas e elementos da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), e os manifestantes começaram a deslocar-se a partir dos subúrbios em direção à capital moçambicana, que esta quinta-feira de manhã estava praticamente deserta e com a quase totalidade das atividades e estabelecimentos encerrados. Tal como acontece há uma semana, esta quinta-feira registam-se novamente fortes condicionalismos no acesso à Internet, nomeadamente redes sociais.

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O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique a 24 de outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados por Venâncio Mondlane.

Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este afirmou não reconhecer os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional. Após protestos nas ruas que paralisaram o país, Mondlane convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de outubro, com protestos nacionais e uma manifestação concentrada em Maputo convocada para esta quinta-feira.

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A Ordem dos Advogados de Moçambique alertou que "existem todos os condimentos" para que haja "um banho de sangue", apelando a "um diálogo genuíno" para que isso não aconteça. Esta quinta-feira cumpre-se o oitavo dia de paralisação e manifestações em todo o país, com a generalidade a levar à intervenção da polícia, que dispersa com tiros e gás lacrimogéneo, enquanto os manifestantes cortam avenidas, atiram pedras e incendeiam equipamentos públicos e privados.

Em atualização 

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