Supremo protege presidente Dilma
Maioria dos outros 10 juízes do Supremo recusou parecer do relator.
Numa reviravolta pouco comum, que, na prática, criou uma rede de proteção em volta da presidente Dilma Rousseff, o Supremo Tribunal Federal considerou ilegal a forma como há duas semanas foi instaurado na Câmara dos Deputados o processo para a sua destituição.Dilma ganha assim tempo pois tudo terá de ser repetido e o Congresso fechou esta sexta-feira para férias e só reabrirá em Fevereiro.
Um dia antes, o relator do caso no Supremo, o juiz Edson Fachim, negou todos os pedidos favoráveis a Dilma, considerando legal a eleição secreta para a comissão parlamentar que vai analisar o processo, e proibindo o Senado, onde a chefe de Estado tem mais apoio, de anular o processo, após tramitar na Câmara.
Mas, no segundo dia de julgamento da legalidade do processo, e em alguns pontos por apenas um voto de vantagem, a maioria dos outros 10 juízes do Supremo Tribunal, muitos nomeados pela própria presidente, derrotou o parecer do relator e deu apoio a Dilma.
O coletivo anulou a eleição da comissão e mandou repeti-la. Proibiu ainda candidaturas avulsas (que há duas semanas permitiu a deputados da base presidencial, descontentes com Dilma, engrossarem a lista da oposição). E, mais importante, deu ao Senado poder decisivo de veto. Presidido por Renan Calheiros, aliado de Dilma, o Senado passou a ter o poder de anular o processo de destituição, mesmo sem o analisar.
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