Talibã podem tomar Cabul em três meses

Militantes já controlam quase dois terços do Afeganistão e poderão cercar a capital dentro de um mês, avisam analistas.

12 de agosto de 2021 às 08:48
forças governamentais, afegãos, afeganistão, tropas Foto: Jalil Rezayee / EPA
Joe Biden Foto: Oliver Contreras / EPA

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A capital do Afeganistão, Cabul, poderá cair nas mãos dos Talibã dentro de três meses se nada for feito para travar a imparável ofensiva que levou os militantes islâmicos a controlar quase dois terços do país em poucas semanas, avisaram os EUA.

A manter-se o atual ritmo da ofensiva e o colapso das forças afegãs, que têm abandonado as suas posições sem oferecer grande resistência, os EUA acreditam que os militantes podem cercar Cabul dentro de um mês e capturar a capital em três meses, consolidando o seu regresso ao poder duas décadas após terem sido derrubados pela intervenção militar dos EUA e da NATO na sequência do 11 de Setembro. “Este avanço só pode ser travado se as forças afegãs oferecerem mais resistência”, afirmou fonte dos serviços de informações dos EUA.

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Os Talibã capturaram nas últimas horas mais duas importantes capitais provinciais, Pul-e-Khumi, no Norte, e Faizabad, no Noroeste, elevando para oito o número de capitais provinciais nas mãos dos militantes, que já controlam cerca de 65% do país, incluindo as fronteiras com o Paquistão, China e Tajiquistão. A ofensiva visa agora a estratégica cidade de Mazar-e-Sharif, no Norte, visitada esta quarta-feira pelo PR Ashraf Ghani, que tentou moralizar as tropas e garantir a ajuda dos antigos aliados regionais para travar o avanço da guerrilha.

Biden não se arrepende de ordenar retirada

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O presidente norte-americano Joe Biden disse não estar “arrependido” da sua decisão de retirar as últimas tropas americanas do Afeganistão e exortou os afegãos a lutarem pelo seu país. “As forças afegãs superam em número os Talibã, mas têm de querer lutar, por si e pelo seu país”, disse Biden, que lembrou que os EUA gastaram biliões de dólares para treinar e equipar as tropas afegãs ao longo das duas últimas décadas e continuam a fornecer apoio aéreo, equipamento e comida e a pagar os seus salários.

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