Tragédia no Quirguistão: Ninguém conseguiu salvar Natalia
Alpinista morre em montanha, após partir a perna a 7000 metros de altitude. Marido também tinha morrido numa escalada.
Natalia Nagovitsina, de 47 anos, morreu ao fim de 15 dias presa numa montanha do Quirguistão, sob condições extremas, com temperaturas mínimas de 30 graus negativos, e após várias tentativas de resgate. A alpinista russa estava a descer o Pico Jengish Chokusu, ou Pico da Vitória, a mais alta montanha da cordilheira Tian Shan e a 60.ª mais alta do Mundo, na fronteira com a China, quando, a 12 de agosto, caiu e partiu a perna, a cerca de 7000 metros de altitude. Outro alpinista, que a acompanhava na descida, seguiu viagem para pedir ajuda. Dois alpinistas, um italiano e um alemão, conseguiram chegar até Natalia e deixaram-lhe um saco-cama, uma tenda, água, comida e um fogão a gás. Devido às condições extremas, era impossível resgatá-la. Numa segunda tentativa de chegar a Natalia, o italiano colapsou de exaustão e morreu, na sequência de um edema cerebral. A 16 de agosto, uma nova tentativa para resgatar a aventureira russa, desta vez de helicóptero. Mas também acabou mal. O aparelho caiu na encosta da montanha. Piloto e socorristas ficaram feridos. A 19 de agosto, um drone confirmou que a alpinista ainda estava viva. Mas, quatro dias depois, as autoridades do Quirguistão suspenderam oficialmente o resgate, devido às condições adversas, neve intensa e risco de avalanches. Natalia viria a ser dada como morta a 26 de agosto.
Um drone sobrevoou a tenda onde se encontrava a vítima, bem como as zonas circundantes, não tendo registado alterações térmicas.
Em 2021, o marido de Natalia também morreu numa montanha. Sofreu um AVC durante uma escalada no Khan Tengri - o ponto mais alto do Cazaquistão. Natalia permaneceu ao lado dele até ao fim, apesar de as recomendações da equipa de resgate terem aconselhado o contrário.
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