Tribunal ordena regresso de imigrante deportado por engano por Trump

Um tribunal do Maryland ordenou à Administração Trump para fazer regressar aos EUA, até esta segunda-feira, um imigrante salvadorenho que foi deportado por engano para El Salvador. As autoridades reconhecem o erro mas dizem nada poder fazer.

Kilmar Abrego García, um imigrante salvadorenho que vivia legalmente nos EUA com a mulher e o filho de cinco anos, foi detido e colocado pelos serviços de imigração dos EUA num dos voos de deportação que no mês passado transferiram centenas de alegados criminosos venezuelanos e de outras nacionalidades para El Salvador, os quais foram encarcerados no notório Centro de Confinamento do Terrorismo, uma gigantesca prisão de alta segurança com capacidade para mais de 40 mil detidos.

A mulher de García garante que o marido tinha a situação regularizada nos EUA e tinha, inclusive, uma ordem de proteção contra a expulsão do país emitida em 2019. A Administração Trump admitiu em tribunal que a sua deportação se tratou de um "erro administrativo", mas alega nada poder fazer, uma vez que não pode obrigar o governo salvadorenho a devolvê-lo. "Eles mandaram-no para lá e podem ir buscá-lo", defendeu o advogado da família de García.

A juíza Paula Xinis, do tribunal de distrito do Maryland, deu razão à mulher de García e deu na passada sexta-feira um prazo de três dias para o regresso do imigrante aos EUA, mas a Administração Trump já anunciou que vai recorrer da decisão.