Trump fez ultimato a Maduro para deixar o país

Presidente venezuelano exigiu amnistia total e manter o controlo das Forças Armadas para largar o poder.

02 de dezembro de 2025 às 01:30
Trump recusou comentar o teor da conversa com Maduro Foto: AP
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Donald Trump terá feito um ultimato a Nicolás Maduro para abandonar o país "imediatamente", mas o líder venezuelano recusou, tendo exigido em troca uma amnistia total e manter o controlo das Forças Armadas, condições que foram liminarmente rejeitadas pelo presidente norte-americano.

Segundo o jornal 'Miami Herald', Trump passou a Maduro uma "mensagem contundente" na conversa telefónica que os dois mantiveram no passada dia 21 de novembro: "Pode salvar-se a si e à sua família, mas só se deixar o país agora", afirmou Trump, que terá oferecido "passagem segura" para Maduro, a mulher e o filho "para a Rússia ou para outro país qualquer".

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O presidente venezuelano terá rejeitado o ultimato e propôs, em contrapartida, entregar o poder à oposição mas manter o controlo das Forças Amadas. Maduro exigiu também uma "amnistia global" para si próprio e para os principais aliados. Ambas as condições foram rejeitadas por Trump, que dias depois da conversa com Maduro anunciou o "encerramento total" do espaço aéreo venezuelano e garantiu que os EUA iriam iniciar "muito em breve" operações militares em terra contra os corpos narcotraficantes venezuelanos. Após estas ameaças, o regime de Maduro terá tentado voltar a contactar o presidente norte-americano, mas este recusou atender a chamada.

No domingo, numa conversa com jornalistas a bordo do avião presidencial, Trump confirmou ter falado com Maduro, mas recusou revelar pormenores. "Não vou dizer que correu bem nem que correu mal... foi uma conversa telefónica", limitou-se a afirmar.

Entretanto, e a par dos esforços diplomáticos desenvolvidos polo Brasil, Turquia e Qatar, que intermediaram a conversa telefónica entre Trump e Maduro, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, ofereceu esta segunda-feira a cidade de Cartagena para eventuais negociações entre o Governo venezuelano e a oposição, numa tentativa de encontrar uma solução pacífica para a crise.

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Já o regime de Caracas acusou na OPEP os EUA de tentarem "apropriar-se das vastas reservas petrolíferas da Venezuela - as maiores do planeta - através do uso letal da força militar".

Hegseth acusado de possível crime de guerra

O Secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, está a ser acusado de um possível crime de guerra, por ter ordenado um segundo ataque contra um barco de narcotraficantes venezuelanos, para matar os sobreviventes do ataque inicial. Segundo o 'Washington Post', os EUA lançaram no início de setembro um ataque contra um barco suspeito no Mar das Caraíbas, matando vários ocupantes. Duas pessoas sobreviveram e foram avistadas agarradas aos destroços da embarcação, tendo sido nessa altura que Hegseth ordenou o segundo ataque. “A ordem foi para matar todos”, disse fonte do Pentágono ao jornal.

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“Vou averiguar, mas eu não quereria que isso tivesse acontecido”, disse este domingo o presidente Donald Trump. A oposição democrata diz que o caso é "extremamente grave" e promete investigar. "Se for verdade, estamos a falar de um possível crime de guerra", disse o senador democrata Tim Kaine.

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