TSE anula candidatura de Lula à presidência
Por seis votos contra um, o Tribunal Superior Eleitoral pôs fim às pretensões do antigo presidente de voltar ao poder.
Numa longa sessão que só terminou na madrugada de ontem, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a mais alta instância eleitoral brasileira, anulou a candidatura do ex-presidente Lula da Silva às presidenciais de outubro. Líder nas sondagens, Lula foi considerado inelegível por ter sido condenado por corrupção em duas instâncias judiciais e estar preso desde abril a cumprir 12 anos e um mês de cadeia.
A decisão, que muda radicalmente o cenário presidencial, foi tomada por 6 votos a 1, depois de o relator do processo, juiz Luís Roberto Barroso, tomar a polémica decisão de reduzir o tempo para defesa de Lula. Os advogados do antigo presidente ainda teriam mais cinco dias para apresentar alegações finais, mas Barroso cancelou esse prazo, alegando que, como a Lei da Ficha Limpa impede candidaturas de pessoas condenadas em segunda instância, nada ia mudar e não se justificava esperar mais.
O TSE também decidiu não acatar uma determinação da ONU, que instava o Brasil a permitir a candidatura de Lula, ainda que provisoriamente, até esgotar todos os recursos para tribunais superiores. Os juízes proibiram o uso da imagem de Lula como candidato na propaganda do PT, que foi autorizado a apresentar um outro candidato presidencial no prazo máximo de dez dias.
Aliado improvável na votação decisiva
SAIBA MAIS Substituto pouco credível
O substituto de Lula deve ser Fernando Haddad, que já era o seu ‘vice’ na lista e sobre quem o ex-presidente há anos atrás, ao conseguir eleger o aliado autarca de São Paulo, usando a sua influência, afirmou ter conseguido eleger "um poste".Presente na campanhaProibido de ser candidato, Lula não vai, no entanto, desaparecer da campanha, pois, como cidadão, tem o direito de participar na propaganda política como apoiante e tentar de novo transferir votos para Haddad e outros aliados.Ex-presidente era favorito absolutoAo ser ontem proibido de disputar a presidência do Brasil, Lula liderava as sondagens. Segundo o Datafolha, Lula tinha 39% das intenções de voto, bem adiante do segundo, Jair Bolsonaro, com 19%, e venceria na primeira volta e na segunda, fossem quais fossem os adversários.
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