UE vai ter centros de triagem de migrantes
Após uma maratona negocial de 14 horas Itália desbloqueou um compromisso mínimo.
Ao segundo dia de reuniões, os líderes europeus conseguiram na madrugada de ontem fechar um acordo de valores mínimos sobre a imigração. Após uma maratona de mais de 14 horas, marcada por ameaças de boicote do novo governo italiano, e também da Polónia e da Hungria, o Conselho Europeu firmou um acordo prevendo a criação de centros fechados, na Europa, para triagem dos migrantes que desembarcam, sobretudo, na costa italiana.
"Conseguimos o equilíbrio entre responsabilidade e solidariedade", afirmou o presidente francês, Emmanuel Macron, que defendia os centros. "É um bom sinal, mas há muito para fazer", disse, por seu lado, a chanceler alemã, Angela Merkel, consciente de que o acordo pode não salvar o seu governo, dada a pressão anti- -imigração dos aliados da CSU.
"Estamos satisfeitos", afirmou, por seu lado, o PM italiano, Giuseppe Conte: "Foi uma negociação longa mas, agora, Itália já não está sozinha." A Itália ameaçava vetar todos os acordos, na imigração e também no comércio, se não recebesse apoio para lidar com os migrantes.
O acordo prevê, por isso, apoios financeiros, além dos centros de triagem e do reforço das fronteiras externas da UE. Mas fica por saber que países receberão os centros e os migrantes selecionados para asilo. Estas incógnitas fazem com que, mais do que um acordo, o documento seja um compromisso vago, que deixa quase tudo em aberto.
A pressão italiana teve ainda resultados palpáveis em questões marginais. O acordo dá voz a uma queixa do ministro do Interior de Itália, Matteo Salvini, incluindo uma declaração sobre a necessidade de os navios que recolhem migrantes no mar terem de respeitar as leis internacionais.
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