Venezuela anuncia "mobilização maciça" de militares em resposta aos navios americanos no mar das Caraíbas
Ordem do presidente Nicolás Maduro tem como objetivo “otimizar o comando, o controlo e as comunicações” e também garantir a defesa do país.
A Venezuela anunciou que tem em marcha uma “mobilização maciça” de militares, armamento e equipamento em resposta ao aumento da presença de navios de guerra e tropas norte-americanas no mar das Caraíbas.
As forças terrestres, aéreas, navais e de reserva vão realizar exercícios até esta quarta-feira,anunciou o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, revelando que esta decisão é uma resposta à “ameaça imperialista” motivada pelo aumento da presença militar dos EUA.
Os exercícios vão ainda envolver a Milícia Bolivariana, força de reserva composta por civis, criada pelo ex-presidente Hugo Chávez.
A ordem, que partiu do presidente Nicolás Maduro, tem como objetivo “otimizar o comando, o controlo e as comunicações” e também garantir a defesa do país.
Os jornais norte-americanos Miami Herald e The Wall Street Journal anunciaram na semana passada que os EUA tinham a intenção de atacar a qualquer momento instalações militares na Venezuela, numa escalada de conflito contra o regime de Nicolás Maduro. Ambos os meios citavam fontes próximas do governo norte-americano e do presidente Donald Trump.
Segundo o diário de Miami, os ataques aéreos poderiam acontecer "numa questão de dias ou mesmo de horas", ao passo que o jornal nova-iorquino esclareceu que Trump ainda não tinha tomado uma decisão final relativa a ordenar bombardeamentos em terra.
Nos últimos meses, os EUA realizaram vários ataques aéreos contra navios nas Caraíbas. O último ataque teve como alvo duas embarcações alegadamente de tráfico de droga no Pacífico, matando seis pessoas.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no poder desde 2013, tem insistido que Trump está apostado em destituí-lo e avisou que o povo venezuelano e os militares irão resistir.
O Parlamento venezuelano aprovou na terça-feira uma lei para defender o país do destacamento militar dos EUA no mar das Caraíbas.
No final de outubro, o Pentágono anunciou o envio do maior porta-aviões da frota norte-americana para o mar das Caraíbas, em plena escalada de tensões com a Venezuela devido a operações contra tráfico de droga.
O secretário de Defesa norte-americano, Pete Hegseth, ordenou a deslocação do USS Gerald Ford, o maior navio de guerra dos EUA, e do respetivo grupo de ataque para a área de responsabilidade do Comando Sul, "em apoio à diretiva do Presidente [Donald Trump] para desmantelar organizações criminosas transnacionais".
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