Venezuela com 130 casos de violações da liberdade de expressão entre janeiro e outubro

Segundo um instituto, 18 jornalistas e profissionais dos media foram detidos neste país.

02 de novembro de 2025 às 17:51
Venezuela Foto: AP Photo/Ariana Cubillos
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O Instituto de Imprensa e Sociedade (IPYS) da Venezuela registou 130 casos de "violações da liberdade de expressão" no país, entre janeiro e outubro de 2025, e alertou para a "deterioração contínua das condições" para o jornalismo.

Num comunicado de imprensa divulgado este domingo, o IPYS detalhou que os "ataques mais comuns" foram "assédio e ameaças (29 casos), discurso estigmatizante (19), detenções arbitrárias (14), restrições à internet (33) e limitações ao acesso à informação pública (15)".

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"Por detrás de cada número, há uma tentativa de silenciar uma verdade incómoda e de desencorajar a fiscalização dos cidadãos sobre aqueles que estão no poder", afirmou a organização, salientando que "a falta de sanções judiciais consolidou um ciclo de impunidade em que os agressores não são processados, as vítimas não são indemnizadas e a sociedade habitua-se ao silêncio".

Um cenário que "contribui para um clima de medo e indefesa que prejudica não só os jornalistas, mas também o direito coletivo dos cidadãos à informação", acrescentou.

O IPYS documentou 18 jornalistas e profissionais dos media detidos na Venezuela, embora outras organizações apontem para um número de 22. Em nove destes 18 casos, segundo a ONG, "não houve qualquer comunicado oficial sobre o seu paradeiro ou sobre os processos judiciais instaurados contra eles".

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"Estas detenções prolongadas, sem informação ou garantias de processo legal, constituem um padrão de desaparecimentos forçados e de detenções por motivação política que procura disciplinar e punir a prática do jornalismo", alertou.

Para o IPYS, na Venezuela "reportar continua a ser uma atividade punida" e por isso o instituto reiterou o seu apelo às autoridades para que investiguem o que considera "crimes contra os jornalistas", bem como para que "sancionem os responsáveis" e "garantam" que "estas violações" não se repitam.

Em 2024, a ONG documentou 383 casos em que considerou existirem "violações" da liberdade de informação na Venezuela, representando um aumento de 64,4% face a 2023, quando registou 233 queixas.

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