page view

Ventura recusa retirar cartazes e escuda-se na liberdade de expressão

André Ventura considerou que os apelos à retirada dos cartazes constituem "um ataque à liberdade de expressão".

28 de outubro de 2025 às 14:03

O candidato a Presidente da República e líder do Chega, André Ventura, recusou esta terça-feira retirar os cartazes com referências à comunidade cigana e ao Bangladesh, defendendo que está em causa a sua liberdade de expressão.

"Eu lamento que haja em Portugal um conjunto de associações de pessoas que, sinceramente, estão sempre a dar trabalho à justiça em coisas que não deviam ser da esfera da justiça. Nós vivemos num país livre, devemos saber viver em democracia. Os adversários em democracia não se vencem prendendo-os, ou mandando retirar cartazes, ou mandando retirar a sua palavra, ou calando-os, os adversários em democracia vencem-se com debate, com confronto de ideias", afirmou.

Em declarações aos jornalistas no parlamento, à margem da discussão do Orçamento do Estado, André Ventura considerou que os apelos à retirada dos cartazes constituem "um ataque à liberdade de expressão".

"Afinal, os amigos de Abril, os tipos do cravo na mão, do 'liberdade até ao fim', quando não gostam da palavra e da expressão, é prisão, retirada de cartazes, providências cautelares", criticou.

Sobre o apelo do líder do PS à intervenção do Ministério Público para aplicar eventuais sanções por causa dos cartazes, considerando que "estimulam o ódio", André Ventura dramatizou: "Apelou ao Ministério Público, mas para quê? Quer dizer, é para o Ministério Público prender o líder da oposição? Acham que isso é uma boa imagem para o país lá para fora, que o líder da oposição é preso por causa da sua liberdade de expressão?".

O candidato a Presidente da República recusou que as mensagens que constam nos primeiros cartazes alusivos à sua candidatura, "Isto não é o Bangladesh" e "Os ciganos têm de cumprir a lei", tenham teor racista.

"Quem promove o racismo em Portugal são aquelas minorias que há anos nós temos que lhes pagar tudo e não fazem nada e obrigam-nos a trabalhar para eles. Isso é que é racismo, pergunte a qualquer comunidade que vive ao pé dessa outra comunidade.", retorquiu.

André Ventura sublinhou que é "representante dos portugueses" e de "mais ninguém".

"Nenhuma autoridade externa a este país tem qualquer poder de decisão nem influenciará nenhuma decisão minha nem do partido Chega sobre política. O que nós dizemos é óbvio, isto não é o Bangladesh", afirmou.

O candidato apelou aos seus opositores que escolham a via do debate político, sustentado que a diferença de ideias deriva da democracia.

"Certamente que eu estarei em estúdio com todos os candidatos a Presidente da República e eles poderão dizer se concordam ou não que os ciganos têm de cumprir a lei, eles poderão dizer se concordam ou não que não estamos no Bangladesh. Não é prender, não é atacar. A Justiça tem mais que fazer do que estar a ver cartazes", defendeu, pedindo que não se faça "a Justiça perder tempo e dinheiro com democracia".

Os cartazes da candidatura presidencial de André Ventura, colocados recentemente pelo país, têm sido alvo de várias críticas e oito associações ciganas anunciaram que vão apresentar queixa no Ministério Público e ponderam avançar com uma providência cautelar para que sejam retirados.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8