Puigdemont esteve esta terça-feira no Parlamento para analisar os resultados e efeitos do referendo catalão.
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O presidente do Governo catalão, Carles Puigdemont, declarou esta terça-feira no parlamento regional que assume o "mandato do povo" para que a Catalunha seja um "Estado independente", mas propôs a suspensão dos seus efeitos para procurar o diálogo com Madrid.
Reações à declaração de independência da Catalunha
"Há um antes e um depois de 01 de outubro. Conseguimos o que nos comprometemos. Chegados a este ponto histórico, assumo perante todos o mandato do povo para que a Catalunha se converta num Estado independente, sob a forma de República", afirmou Puigdemont, sendo fortemente aplaudido pela bancada independentista.
Governo espanhol diz que Puigdemont "não sabe onde está, para onde vai nem com quem quer ir"A vice-presidente do Governo espanhol disse esta terça-feira que o discurso do chefe do executivo da Catalunha é "de uma pessoa que não sabe onde está, para onde vai nem com quem quer ir".
"É o discurso de uma pessoa que não sabe onde está, para onde vai nem com quem quer ir", foi como Soraya Sáenz de Santamaría se referiu à intervenção de Carles Puigdemont, anunicado que o governo espanhol realiza quarta-feira de manhã uma reunião extraordinária que servirá para analisar a aplicação das medidas necessárias para fazer face à crise na Catalunha.
Deputados independentistas assinam documento a constituir "República da Catalunha"Os 72 deputados independentistas no parlamento catalão assinaram hoje um documento no qual se "constitui a República da Catalunha" como "Estado independente e soberano", após desânimo nas bases com o discurso do presidente da Generalitat.
Grupo editorial Planeta transfere sede para Madrid após intervenção de Puigdemont
O Grupo Planeta confirmou esta terça-feira que vai transferir a sua sede social de Barcelona para Madrid, após o presidente da Generalitat, Carles Puigdemont, ter assumido a declaração de independência, apesar de suspender os seus efeitos.
Milhares de separatistas aplaudem dia "histórico" em que a região deixa de ser uma colónia
Vários milhares de pessoas reunidas nos jardins ao lado do parlamento catalão consideraram esat terça-feira ser um dia "histórico" em que a Catalunha deixou de ser uma "colónia espanhola", depois de ouvirem o discurso de Carles Puigdemont em dois écrans gigantes.
"Estou muito feliz. Estou a viver um dia histórico", disse à agência Lusa Soledad Villas visivelmente emocionada e convencida de que o chefe do executivo catalão tinha declarado a independência da Catalunha.
Poucos minutos antes Carles Puigdemont tinha declarado no parlamento regional que assume o "mandato do povo" para que a Catalunha seja um "Estado independente", mas propôs a suspensão dos seus efeitos para procurar o diálogo com Madrid.
"É como se fosse a declaração de independência", explicava Anna Mesa, acrescentando que se trata de "uma estratégia para ganhar alguns dias e podermos negociar com a ajuda da União Europeia".
Washington mantém posição de que Espanha "deve manter-se unida"
A Casa Branca avançou esta terça-feira que mantém a sua posição relativamente à Catalunha expressada há duas semanas pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, que disse que Espanha é "um grande país" e que "deve manter-se unido".
"A nossa posição não mudou", disse numa conferência de imprensa a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, referindo-se às declarações de Trump do dia 26 de setembro, quando recebeu o Presidente espanhol, Mariano Rajoy, na Casa Branca.
Sanders acrescentou que "não há nada diferente em relação ao que disse o Presidente (Donald Trump) quando Rajoy esteve aqui há duas semanas".
A porta-voz referiu que Washington está disposta a manter "conversas" com o governo de Rajoy, mas não esclareceu em que consistem esses contactos nem defendeu a possibilidade de mediação internacional ou de haver um maior diálogo entre as partes.
Madrid considera inadmissível declarar independência e suspendê-la de seguidaO Governo espanhol considerou esta terça-feira inadmissível "efetuar uma declaração de independência para de imediato deixá-la em suspenso de forma explícita", numa alusão ao discurso do presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, no parlamento regional.
Fontes do Governo de Madrid asseguraram à agência noticiosa Efe que não se pode aceitar a validade da lei catalã do referendo, que está suspensa pelo Tribunal constitucional de Espanha, nem considerar válido a suposta contagem de um referendo "fraudulento e ilegal" realizado em 1 de outubro.
"E muito menos" dar por garantido que os catalães se pronunciaram pela independência, acrescentaram as mesmas fontes, que insistiram não ser admissível "fazer uma declaração implícita de independência para de imediato deixá-la em suspenso de forma explícita". Bloco de Esquerda diz que "bola está do lado" de Madrid
Bloco de Esquerda diz que "bola está do lado" de Madrid
"O presidente da Catalunha fez um discurso muito claro em relação ao Governo central e a Mariano Rajoy [presidente do executivo de Madrid], explicando por que é que a saída natural para a sociedade catalã, perante o desrespeito pelas escolhas dos catalães, é a criação de uma república independente", disse, comentando que "por sucessivas vezes, a maioria catalã se expressou e foi ignorada".
Na opinião da deputada do Bloco de Esquerda (BE), cabe agora a Rajoy decidir "se quer responder com mais repressão". Aliado da Generalitat diz que Puigdemont perdeu "oportunidade histórica"
Aliado da Generalitat diz que Puigdemont perdeu "oportunidade histórica"
"Acreditávamos que hoje era dia de proclamar solenemente a República catalã, e talvez, dizemos talvez, tenhamos perdido uma oportunidade histórica", disse a deputada da CUP (Candidatura de Unidade Popular) Anna Gabriel.
A CUP apoia, com os seus dez deputados regionais, o governo da Catalunha, tendo votado a favor da Lei do Referendo que abriu caminho à realização da consulta popular de 01 de outubro, considerada ilegal pela justiça espanhola.
Líder do Ciudadanos exorta Madrid a evitar "chantagem" de PuigdemontO líder do Ciudadanos pediu ao governo espanhol que ative os mecanismos constitucionais que permitam a convocação de eleições na Catalunha e evite desta forma a "chantagem" e o "ultimato" lançado esta terça-feira pelo chefe do executivo regional catalão.
O presidente do partido de centro-direita Ciudadanos frisou que o "golpe de Estado" planeado por Puigdemont está "debilitado" pela ação conjunta da maioria silenciosa na Catalunha, das empresas catalãs e pela rejeição da comunidade internacional.
Nas mesmas declarações, Rivera rejeitou o plano para a abertura de qualquer negociação com o governo catalão.
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