Carro com ex-presidente tentou deixar Sindicato dos Metalúrgicos, mas foi forçado a recuar pela multidão.
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O ex-presidente brasileiro Lula da Silva, condenado a 12 anos e um mês de cadeia e com ordem de prisão desde quinta-feira, entregou-se sábado à noite à polícia, depois de ter ficado 48 horas entrincheirado no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, cidade vizinha de São Paulo. A rendição de Lula ocorreu às 18h45 (22h45 em Lisboa), no meio de muito tumulto, pois a multidão de simpatizantes que cercou o prédio para o proteger tentou evitar que ele fosse preso.
Duas horas antes, ao tentar sair do estacionamento de carro, simpatizantes barraram-lhe a passagem e Lula foi forçado a voltar para trás. Na segunda tentativa, Lula saiu do edifício a pé, atravessou a custo por entre os manifestantes que tentavam de novo travar-lhe o passo e conseguiu entrar num armazém do outro lado da rua, onde o esperavam mais carros da polícia, que saíram por outro portão em alta velocidade.
Horas antes, Lula saiu do edifício do sindicato pela primeira vez desde quinta-feira para fazer um discurso de 55 minutos à multidão, no qual reafirmou ser inocente de corrupção, crime que o fez ser condenado no primeiro dos seis processos que enfrenta na Justiça. Lula repetiu que é vítima de uma conspiração das elites para o impedirem de vencer as presidenciais de outubro e pediu aos militantes que cada um seja "um Lula" que espalhe por todo o Brasil a sua mensagem de igualdade.
Lula vai começar a cumprir a pena na sede da Polícia Federal em Curitiba, Sul do Brasil, onde foi preparada uma cela especial, longe das de outros presos da Operação Lava Jato. Assim que as TV mostraram imagens da sua prisão, em cidades por todo o Brasil ouviram-se foguetes, palmas e buzinas de comemoração dos seus adversários.
Juíz Moro acusado de ceder a pressões da imprensa
No seu último discurso em liberdade, Lula voltou a atacar a comunicação social mas, principalmente, o juiz Sérgio Moro, coordenador da operação anticorrupção Lava Jato, que o condenou à prisão. Lula afirmou que Moro o condenou por pressão da imprensa e desafiou o juiz a mostrar a qualquer jurista uma única prova contra ele. Acrescentou ainda que duvida que o magistrado, ao deitar-se, consiga dormir com a tranquilidade com que ele dorme, por, reafirmou, ser inocente.
Lula não contém lágrimas durante gravação de vídeo
Lula não conteve a emoção ao gravar, ainda no Sindicato dos Metalúrgicos, um vídeo em que narra a sua trajetória desde que fugiu da fome no Nordeste até ser eleito presidente do Brasil. A gravação foi interrompida várias vezes, porque a voz de Lula ficou embargada, e chegou mesmo a chorar, comovendo dezenas de pessoas que assistiam.
Lula em Curitiba
O ex-presidente brasileiro Lula da Silva entrou na noite de sábado na sede da Polícia Federal de Curitiba, onde vai ficar preso para cumprir uma pena de 12 anos e um mês de prisão.
Segundo o portal de notícias da Globo, G1, o avião que transportava o ex-chefe de Estado do Brasil aterrou no aeroporto Afonso Pena às 22h01 de sábado (mais quatro horas em Lisboa), tendo Lula da Silva seguido daqui de helicóptero para as instalações da Polícia Federal naquela cidade.
Lula da Silva ficará preso numa "sala especial de 15 metros quadrados, no 1.º andar do prédio" da Polícia Federal (PF), "com cama, mesa e casa de banho", tendo sido autorizada a instalação de televisão, informa o mesmo 'site'.
Manifestações de apoio e contra prisão de Lula em várias cidades do país
Manifestações de apoio à detenção do ex-Presidente brasileiro Lula de Silva ou a exigir a libertação deste registaram-se em várias cidades do país no sábado, após o chefe de Estado se ter entregado à polícia para cumprir pena de prisão.
Segundo a agência Efe, as manifestações de pequenos grupos e que não se prolongaram por muito tempo tiveram lugar em cidades como Brasília, a capital, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Fortaleza.
Os grupos de cidadãos que festejaram a prisão de Lula foram maioritários e mais ruidosos, usando as buzinas do carro e, mesmo, lançando fogo-de-artifício.
Juiz proíbe protestos junto à Polícia Federal de Curitiba
Um juiz brasileiro proibiu no sábado protestos e acampamentos nas imediações da sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba, onde o ex-Presidente Lula da Silva começou a cumprir uma pena de 12 anos e um mês de prisão.
Segundo fontes oficiais, a decisão foi tomada na noite de sábado no pelo juiz Ernani Mendes Silva Filho, após constatar a "concentração de pessoas e movimentos que podem causar perturbações aos residentes" e causar problemas à segurança.
Centenas de pessoas, contra e a favor da prisão do ex-chefe de Estado, concentraram-se nos arredores do edifício da Polícia Federal num clima de tensão que obrigou ao estabelecimento de um cordão policial de 30 metros para separar as duas fações.
Maior central sindical pede mobilização permanente pela libertação de Lula
A Central Única dos Trabalhadores (CTU), a maior central sindical do Brasil, apelou no sábado a uma mobilização permanente para a libertação do ex-Presidente do país Lula da Silva e prometeu ações a 01 de maio, Dia do Trabalhador.
"A CUT propõe a todos os seus ramos e CUT estaduais a entrarem em estado de mobilização permanente, associando a defesa dos direitos trabalhistas e sociais atacados ou ameaçados com a defesa da liberdade para Lula e do seu direito de ser candidato à presidência da República", lê-se num documento disponibilizado na página na Internet da organização sindical.
No documento, intitulado "Uma prisão injusta e política", a direção executiva nacional da CUT pede "mobilização e resistência por Lula livre", acrescentando: "Somos todos e todas Lula".
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