Ex-presidente do Brasil condenado a prisão aceitou entregar-se à Polícia Federal este sábado.
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Lula da Silva falou este sábado à multidão que se concentrou junto ao Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo, São Paulo. Depois da missa celebrada em honra da sua falecida mulher, Marisa Letícia, Lula usou da palavra para agradecer o apoio dos milhares de militantes do PT, que gritaram várias vezes "não se entregue".Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais podem deter a chegada da Primavera".
"Vou aceitar o mandado deles. Eu não estou foragido. Não vou fugir. Vou lá para a barba deles mostrar que não tenho medo e que não estou inocente", disse Lula ao confirmar que se vai entregar à Polícia Federal.
Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais podem deter a chegada da Primavera".
"Sou o único ser humano que foi processado por um apartamento que não é meu. Sou um cidadão indignado. Não perdoo que tenham passado a ideia de que sou um ladrão", disse Lula num longo discurso perante os seus apoiantes.
Sobre os acusadores, Lula foi impiedoso: "Nenhum deles dorme com a consciência tranquila de honestidade com que eu durmo. Não estou acima da justiça".
Lula evocou o legado dos seus mandatos para justificar o que diz ser uma campanha política orquestrada contra si. "Sonhei que era possível governar este país tentando envolver os pobres na política. Sonhei em diminuir a mortalidade infantil lavando arroz, leite e feijão às casas. Sonhei levar estudantes da periferia para não termos só juízes de famílias da elite. Esse foi o crime que eu cometi, e é por isso que há 10 processos contra mim. Se é assim, vou continuar a ser criminoso neste país, porque vou fazer mais."
Antes, o político agradeceu o apoio dos muitos apoiantes que vieram saudá-lo, incluindo a ex-presidente Dilma Roussef, a que Lula dedicou algumas palavras: "Estou grato de coração. Independentemente do que acontecer, repartirei o meu sucesso na política com você"O Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro negou este sábado um novo pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Lula da Silva - que pretendia evitar a prisão do ex-presidente do Brasil, avança o
Este será o último ato público de Lula antes de se entregar à Polícia Federal para começar a cumprir a pena de 12 anos a que foi condenado pelo crime de corrupção.
Último habeas corpus recusado
O Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro negou este sábado um novo pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Lula da Silva - que pretendia evitar a prisão do ex-presidente do Brasil, avança o
Antes, o político agradeceu o apoio dos muitos apoiantes que vieram saudá-lo, incluindo a ex-presidente Dilma Roussef, a que Lula dedicou algumas palavras: "Estou grato de coração. Independentemente do que acontecer, repartirei o meu sucesso na política com você" Este será o último ato público de Lula antes de se entregar à Polícia Federal para começar a cumprir a pena de 12 anos a que foi condenado pelo crime de corrupção. Último habeas corpus recusado O Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro negou este sábado um novo pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Lula da Silva - que pretendia evitar a prisão do ex-presidente do Brasil, avança o
Profundamente emocionado, o ex-presidente brasileiro Lula da Silva chorou ao gravar um vídeo antes da anunciada rendição à Polícia Federal, que até às 11 horas deste sábado (15 horas em Lisboa) ainda não havia acontecido. Lula, condenado em Janeiro a 12 anos e um mês de cadeia por corrupção e com ordem de prisão desde quinta-feira, estava até ao referido horário refugiado no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, cidade vizinha a São Paulo, cujo prédio estava cercado por uma multidão de apoiantes para o protegerem.
A gravação, presenciada por aliados e familiares do antigo presidente, era paraLula colocar a sua voz num vídeo de animação que o Partido dos Trabalhadores pretende divulgar após a prisão efectiva dele. Segundo várias pessoas que estavam no local, a gravação teve de ser interrompida várias vezes porque a voz de Lula ficava tão embargada que deixava de ser audível e, pelo menos uma vez, ele não se conteve e começou a chorar.
Ainda de acordo com essas testemunhas, todos em redor de Lula começaram a chorar também, alguns em pranto. No vídeo, falando na primeira pessoa, Lula narra a sua trajectória, desde que fugiu da fome no nordeste do Brasil ainda criança ao lado da mãe, Dona Lindu, e de cinco irmãos, até ser eleito presidente do país.
O antigo chefe de Estado refugiou-se no Sindicato dos Metalúrgicos, a que presidiu durante anos, no final da tarde de quinta-feira, logo após saber que o juiz Sérgio Moro, coordenador da operação anti-corrupção Lava Jato, tinha decretado a sua prisão. Moro deu a Lula prazo até às 17 horas de sexta (21 horas em Lisboa) para se apresentar à Polícia Federal, mas ele não cumpriu o prazo.
Depois de circularem e serem posteriormente desmentidas várias versões, a última informação, avançada pelo próprio Partido dos Trabalhadores, era de que Lula se renderia ainda este sábado. Ele deve fazer isso após a Polícia Federal ter aceite que ele participasse, em frente ao sindicato, numa missa em homenagem à falecida mulher, Marisa Letícia, que hoje completaria 68 anos.
PT confirma entrega de Lula
O presidente estadual de São Paulo do Partido dos Trabalhadores, Luíz Marinho, confirmou pouco antes das sete da manhã deste sábado (11 horas em Lisboa), que o ex-presidente Lula da Silva se renderá à polícia ainda este sábado. Lula, condenado em Janeiro a 12 anos e um mês de cadeia por corrupção, refugiou-se no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, cidade vizinha a São Paulo, no final da tarde de quinta-feira, após o juiz Sérgio Moro, coordenador da operação anti-corrupção Lava Jato, ter decretado a sua prisão imediata.
Marinho, que já foi autarca de São Bernardo do Campo, onde Lula vive até hoje, fez a confirmação da rendição do ex-presidente enquanto tomava pequeno-almoço num café em frente à entidade sindical depois de mais uma noite ao lado do ex-presidente. Ele adiantou que Lula sairá do prédio do Sindicato dos Metalúrgicos num carro da Polícia Federal sem qualquer identificação, para se evitar confronto com o cordão humano de simpatizantes do antigo governante que o protegem desde quinta-feira cercando o imóvel.
Confirmando também informações já avançadas no final da madrugada deste sábado pelo Correio da Manhã, Luiz Marinho disse que a rendição de Lula deve acontecer após a realização de uma missa por Marisa Letícia, a falecida mulher de Lula, morta ano passado por um AVC, Acidente Vascular Cerebral. Dona Marisa, como era conhecida, faria hoje 68 anos e Lula exigiu poder participar na missa, que será realizada no próprio Sindicato dos Metalúrgicos, onde ambos se conheceram décadas atrás.
Se a rendição de Lula se confirmar, pois desde quinta-feira já surgiram as mais diversas versões, divulgadas e depois desmentidas por pessoas próximas ao ex-presidente, ele será levado de São Paulo para Curitiba, onde Sérgio Moro despacha, num avião da Polícia Federal que já está num aeroporto paulista desde a manhã de sexta. Do aeroporto de Curitiba, Lula será levado para a sede da Polícia Federal na cidade, onde começará a cumprir a pena, numa outra aeronave da corporação, dessa feita um helicóptero, para se evitar o risco de eventuais manifestações hostis numa deslocação por terra.
O heliporto no alto do prédio da sede da Polícia Federal de Curitiba fica exatamente sobre o andar onde foi montada uma cela especialmente para receber o antigo chefe de Estado. A cela, que na verdade era uma sala de Estado-Maior da Polícia Federal e fica num andar só acedido por altos funcionários da corporação, tem 15 m2, uma cama de solteiro, uma mesa com uma cadeira e uma casa de banho, construída recentemente para receber Lula.
Dessa forma, Lula não terá contacto com os outros presos da Operação Lava Jato, cujas celas ficam dois andares abaixo. Entre os presos estão ex-amigos e aliados de Lula que, depois de terem sido presos fizeram acordo de colaboração com Moro e contribuíram para a condenação do antigo governante.
Lula da Silva foi condenado por supostamente ter recebido um apartamento de três andares numa praia no litoral de São Paulo dado como parte de "luvas" pela constructora OAS, cujo ex-presidente, Leo Pinheiro, é um dos presos que estão no edifício para onde Lula vai. Outro preso dois andares abaixo é António Palocci, ex-ministro das Finanças de Lula, que depois de preso disse que o antigo presidente era o verdadeiro chefe do mega-esquema de corrupção descoberto na Petrobrás e que deu origem à Lava Jato.
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