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Empresário português raptado em Maputo

Homem foi interpelado por seis indivíduos munidos de armas de fogo do tipo AKM e pistolas.

Atualizado a 07 de outubro de 2025 às 11:40
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Testemunhas captam momento do rapto de empresário português em Maputo

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O proprietário da NBC, uma empresa de venda de peças automóveis, foi raptado na manhã desta terça-feira, na baixa da cidade de Maputo. Segundo testemunhas citadas pela imprensa local, o crime foi protagonizado por quatro homens, que se faziam transportar numa viatura sem matrícula. 

O crime ocorreu por volta das 6h30 (5h30 em Lisboa), quando o empresário abria as portas do estabelecimento comercial, na avenida Zedequias Manganhela, na cidade de Maputo.

Segundo funcionários de empresas dos arredores, os raptores agrediram um segurança da loja e a seguir obrigaram  o empresário a entrar na viatura. As autoridades policiais já estão a investigar o caso.

Imagens captadas por uma das testemunhas no local mostram o momento em que pelo menos dois dos alegados raptores interpelam a vítima quando saía da viatura, sendo arrastado para um outro veículo. Após alguns segundos, um terceiro elemento do grupo entra na viatura e a mesma coloca-se em movimento.

Este é o primeiro caso de rapto conhecido publicamente no país desde meados de junho.

Um cidadão de nacionalidade libanesa, proprietário de uma farmácia, foi raptado em 21 de junho, no centro de Maputo, disse à Lusa na altura o chefe do Departamento de Relações Públicas no comando da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Maputo, José Macuácua.

Em 12 de junho, as autoridades policiais moçambicanas anunciaram que o número de raptos em Maputo caiu para metade nos primeiros cinco meses do ano, com quatro casos, contra oito em igual período de 2024.

"Os casos de rapto na cidade de Maputo tendem a reduzir e, como podemos notar, até este último caso foi imediatamente esclarecido", disse o porta-voz do Sernic, João Adriano.

Em fevereiro, um luso-moçambicano foi raptado por um grupo de quatro pessoas armadas na Polana Caniço, também em Maputo.

Desde 2011, uma onda de raptos afeta Moçambique e as vítimas são, sobretudo, empresários e seus familiares, principalmente pessoas de ascendência asiática, um grupo que domina o comércio nos centros urbanos das capitais provinciais no país.

Cerca de 150 empresários foram raptados em Moçambique nos últimos 12 anos e uma centena deixou o país por receio, segundo números divulgados em julho do ano passado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), que defende ser tempo de o Governo dizer "basta".

A maioria dos raptos cometidos em Moçambique é preparada fora do país, sobretudo na África do Sul, disse em abril de 2024, no parlamento, a antiga procuradora-geral da República Beatriz Buchili.

A polícia moçambicana registou, até março de 2024, um total de 185 raptos e pelo menos 288 pessoas foram detidas por suspeitas de envolvimento neste tipo de crime desde 2011, indicam os últimos dados avançados pelo Ministério do Interior.

Publicada originalmente a 07 de outubro de 2025 às 11:12

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